Artigo 25.º da Delaração Universal dos Direitos do Homem
1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e
à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação,
ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos
serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na
doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de
meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais.
Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma
protecção social.Cito o artigo 25 porque fiquei a dever, com a vénia também devida, ao DN e ao seu colaborador habitual, Dr.Mário Soares, a chamada de atenção para Stephane Hessel e o seu livrinho Indignez Vous.http://en.wikipedia.org/wiki/St%C3%A9phane_Hessel
Pessoas como Stephane Hessel não deviam deixar-nos, deviam estar sempre presentes. Porque conseguiram demonstrar que a espécie humana pode ser boa.
O senhor já tem 93 anos, foi resistente em França contra os nazis e participou na elaboração da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Classificou o que o exército israelita faz nos campos de refugiados de Gaza como "crimes de guerra". Mais recentemente, em Outubro de 2010, publicou o seu livrinho, a 1ªedição com 6.000 exemplares e atualmente vendidos 600.000. Não é um sucesso editorial, é a expressão da indignação.
Hessel, pela sua vida, tem uma autoridade moral que a maioria de nós não tem para dizer que o povo francês (qualquer cidadão do mundo pode generalizar para o seu próprio povo) foi ultrajado pelos senhores do poder que não cumprem o artigo 25, que acentuaram a diferença entre os pobres e os ricos, que maltratam os imigrantes, que ferem a liberdade de imprensa, que deixam as crianças palestinas serem vítimas da guerra, que atacam o sistema social de bem-estar (dizer antes assim, evocando Roosevelt e o seu welfare system, do que "estado-providência" ou "estado assistencial", que são expressões a que os adamsmithistas conseguiram associar sentimentos de rejeição).
E quem é ultrajado indigna-se e revolta-se.
É o que Hessel pede, que o povo se revolte, mas em paz e praticando sempre a não-violencia.
Como Gandhi dizia, não há caminho para atingir a paz, porque a paz já é caminho.
Posso por isso dizer, eu, que nisso acredito, embora não possa dizer que sou arauto detentor da verdade absoluta, que os burocratas da comissão europeia e do seu banco central, mais os burocratas de cada país membro e os seus banqueiros, enganaram o povo, iludindo-os até votarem neles, quando se sujeitam às eleições, impondo os dogmas do lucro como prioridade das empresas e da concorrência privada aos serviços públicos.
Com isso violando a Declaração Universal dos Direitos do Homem e enveredando abertamente por uma conduta imoral e ilegal à luz das deliberações que aprovaram essa declaração.
Se quiserem argumentar, monitorizem o coeficiente de Gini, sem subterfúgios, em vez de apregoar Adam Smith, que entre coisas escreveu: " a cada um segundo as suas necessidades".
E estejam calmos, não levantarei um dedo para um ato armado ou violento ou que sejam julgados pelo que para mim é crime.
Basta-me a violencia do que escrevi.
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