sábado, 1 de janeiro de 2011

Ainda a Finlandia

Evidentemente que não devemos imitar os outros só por terem exito (a considerar outros parâmetros, como tudo na vida).
Mas a história do aeroporto de Helsinquia e da neve fez-me lembrar a história do bolseiro português em Helsinquia, já não sei em que programa.
O moço tinha umas dificuldades numa das disciplinas e preparou-se para uma exame com uma cábula e com um apoio por telemóvel, possivelmente Nokia, que efetivamente utilizou, à boa maneira portuguesa.
Infelizmente para ele há métodos, uns estatísticos e outros não, que permitem detetar este fenómeno universal, mas de prática eminentemente meridional.
E o moço foi chamado ao reitor que lhe comunicou, com muita pena, que o estágio terminava ali.
Claro que, ao lado da cábula, a instituição nacional em Portugal é a cunha e foi em coformidade o que o senhor embaixador português fez, depois de contactado por amigos comuns de amigos comuns da família do moço.
Foi falar com o reitor, que teve de lhe explicar, com muita pena, que não era possível. Os exames eram feitos para avaliar a preparação do indivíduo, e não a sua capacidade de levar cábulas para o exame ou comunicar por telemóvel com uma equipa de apoio. O estágio terminou mesmo ali e o problema foi o embaixador não ter percebido porquê, nem a maior parte dos decisores portugueses  perceberem, nem a maior parte dos portugueses não decisores perceberem, que diabo, um jeitinho não custa nada, por que cargas de água uma pequena facilidade num exame, basta fechar um bocadinho os olhos, há-de impedir o rapaz de ter o canudo e depois dizer que o tem? O rapaz até pode ter muita iniciativa e muito talento e talento é do que Portugal precisa, para os seus gestores e decisores privados e públicos.

Precisa não, como dizem os nossos vizinhos do outro lado do Atlantico.
Precisa não de talento.
Precisa de gente comum que interprete bem (sózinho ) os enunciados dos problemas tipo PISA e que resolva depois os problemas com os métodos de trabalho em equipa, sem secretismos nem espírito de grupinho, quer o grupinho seja o partido, a variante religiosa, o avental, o grupo económico, o grupo bancário, o grupo empresarial.

Estou a pedir muito?

2 comentários:

  1. atão o Sr. Engº nunca ouviu dizer que o segredo é a alma do negócio!! ou será que o amigo não acredita nas almas??

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  2. É isso, é isso, aí é que está o busilis. É que o segredo ão é a alma do negócio. O secretismo é um dos cancros do negócio. Afunda-o. Desde o século XVII, quando se criou a academia britânica das ciencias e quando o método científico começou a desenvolver-se, que todas as descobertas têm de ser comunicadas à comunidade. A economia funciona em sentido inverso ao da ciencia, isto é, para o caos e entropia máxima. Em na verdasde, a unica alma em que eu acredito é na dos sapatos. Deferro ou aço. Tambem pode ser de dura-aliuminio. De kevlar é capaz de ser muito caro.

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