Com a devida vénia ao DN pelas notícias de hoje na Lusitânia e do mundo:
1 - A Lusitânia e o melhor dos lusitanos - Aconteceu o mesmo à Lusitania, associação inter-municipal para a promoção da região de Viseu-Guarda-Coimbra, que já tinha acontecido à agência para a promoção da Baixa-Chiado. Os lusitanos são assim, têm muita dificuldade em governar-se. É uma idiossincracia. Aparecem sempre uns lusitanos que acham que sabem como as coisas devem ser feitas. Não têm dúvidas e fazem uns ares muito sérios de quem não admite contrariedades. Nós lusitanos somos assim, temos dificuldade em ler o livro da Sabedoria das Multidões, o do trabalho em equipa com cada membro do grupo a pensar pela sua cabeça. Acreditamos em poções mágicas, em feiticeiros e em Asterixes. Não conseguimos interpretar o enunciado do problema e ouvimos pouco o que alguns lusitanos timidamente argumentam. A Lusitania vai ser extinta, depois de terem desaparecido uns milhões de euros e de não terem resultado os projetos bonitos e virtuais que foram aplaudidos há uns anos pela inovação e criatividade (Viseu digital, Museus virtuais, desenvolvimento sustentável, Dão digital, Prevenção florestal). Refiro-me à Lusitania agência inter-municipal. Os representantes dos vários municipios não se entenderam. Já dizia a minha professora de instrução primária. Os lusitanos sentavam-se à porta das cabanas e perguntavam a quem passava como se resolvia o problema; o mal não estava no método, porque é uma prospeção de dados; o problema é que quem respondia não dispunha de dados suficientes para a resposta e as respostas não eram debatidas entre si; faltava a todos o método científico.
2 - Ainda os blindados - agora parece decidido pelo senhor ministro, depois de rescindido o contrato (coisa estranha, parece-me que não há fundamento para a rescisão), que os dois blindados são para serem postos ao serviço; caso típico da idiossincracia lusitana, rescindir mas só parte; mais do que o caso dos submarinos alemães, que seguem mais o roteiro internacional do financiamento pela grande empresa alemã de consultores ou avaliadores de concursos para uma decisão favorável para ela; não é uma acusação, a Siemens, por exemplo, foi condenada por isso em 2000, nos USA; no ano seguinte o governo alemão fez aprovar legislação contra esses financiamentos, mas os representantes do fabricante dos submarinos talvez não tenham sido bem informados sobre a nova legislação.
3 - O segundo sputnik - que ternura a expressão encontrada por Obama para mobilizar os seus eleitores; assim como em 1957 o Sputnik estimulou o desenvolvimento da astronáutica dos USA, assim agora os USA devem investir mais na educação e na ciência. Cheguei a pensar que Obama estava a pensar numa nova URSS, as afinal a ideia é competirem melhor com os outros países e poderem vencê-los. Mas porque hão-de os USA quererem ser sempre os vencedores? Não podem ficar ex-aequo? Lembro-me de quando era miúdo que havia muitos miúdos assim, a achar que tinham de ficar sempre em primeiro.
4 - Berlusconi - Talvez que a unica maneira de resolver este problema (que não seja esperar que Jupiter se lembre de chamar o alegre primeiro-ministro) seja a esquerda compreender que não nos devemos levar muito a sério. Ninguém nem nada merece tanta seriedade. O problema de Berlusconi não é ter dormido com uma moça de vida fácil de 17 anos. Se fosse esse o problema, a esquerda italiana quando esteve no poder teria legislado de modo a regular a industria do sexo, a regular o mercado do emprego e a integração dos imigrantes na sociedade. Coisa que não fez. Então o problema de Berlusconi é o que Massimo Mateo, diretor da orquestra Divino Sospiro, disse a propósito da ópera Antígono, que Berlusconi é a anti-cultura mas ainda bem que a Itália tem cultura para onde as pessoas se podem voltar. O problema de Berlusconi é que não tem interesse nenhum em que a distribuição dos rendimentos da população seja mais equilibrada, que era por que a esquerda devia lutar; mas a televisão italiana fala mais na moça marroquina e na conselheira regional da Lombardia, antiga higienista oral de Berlusconi, Nicole Minetti.
Allora, me pare che la sinistra italiana, si veramente vuole il bene della gente, cosa che dovete fare è trovare un politico umanista di grande cultura e una consigliere per economie chiamata, da esempio, Maria Pregatore. Adesso si può battere l'avversario con le loro stesse armi.
5 - Forum de Davos - alguns exitos passados: contribuição para a declaração greco-turca de 1988, o encontro Frederik de Klerk - Mandela em 1992, o acordo Simon Peres-Arafat em 1994. Sem querer menosprezar outras preocupações dos grandes pensadores (tema deste ano: normalização mundial), talvez que pudessem dar mais atenção à conjetura de Parta Daguspta (ver em
http://fcsseratostenes.blogspot.com/search?q=dasgupta ) , que é a de, no fundo dos grandes fracassos da economia mundial, estar a grandeza do que falta ainda às pessoas por esse mundo fora aprender para que se entendam entre si.
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