Vendidos 223.000 automóveis ligeiros em 2010, subida acentuada relativamente a 2009 (porém, o numero de vendas de pesados continua a baixar). Há sempre uma desculpa. O ano passado tinha sido a renovação das frotas de aluguer. Este ano foi o fim dos incentivos e a antecipação para fuga aos novos impostos.
Vendas em dezembro de 2010: 28.000
Considerando a média durante o ano de 18.000 por mês, e que dezembro é mês de compras, admite-se que pelo menos 5.000 automóveis foram antecipados. Ou, admitindo 20.000€ por unidade, 100 milhões de euros foram comprometidos agora quando podiam ficar à espera. Juntemos a ideia que todos os anos se compram cerca de 200.000 automóveis com uma vida média por proprietário de 5 anos, o que dá 40.000x20.000=800 milhões de euros por ano. Admita-se que o aumento da vida média para 6 anos. Teriamos então:
1 - a possibilidade de emprestar por 6 meses, a quem precisasse, 100 milhões de euros;
2 - a possibilidade de dispor, todos os anos, de 800-670=130 milhões de euros para investir no TGV e nos metropolitanos (correspondendo a um investimento global 25 vezes maior, de 3.000 milhões de euros), que sempre servem mais cidadãos do que os 220.000x5 compradores de automóveis ligeiros.
Depois disto, querem que eu acredite que não há capacidade de mobilização de dinheiro em Portugal para as obras do TGV (60 milhões de euros/km) e dos metropolitanos (1km - 100 milhões de euros em tunel e 20 em viaduto), as quais têm uma amortização mais do que 20 vezes maior do que o automóvel ligeiro ? Ou na Branca de Neve?
Claro que é mais prático estimular a circulação automóvel para depois cobrar o imposto sobre os combustíveis, mas pareceria mais simples começar por taxar a antecipação da renovação do automóvel e não, como acabou de ser feito, taxar o diferimento da transação.
Salvo melhor opinião, claro como a neve, também.
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