quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Discordo III - o investimento estrangeiro e as exportações

Discordo quando dizem que neste país ninguém produz, ninguem trabalha, ninguém exporta, ninguem tem competitividade, ninguem consegue convencer os investidores estrangeiros.

E discordo com os seguintes fundamentos:

1 - Informação do Boletim de Inverno do Banco de Portugal de 11 de janeiro de 2011 - o crescimento das exportações em 2010 foi de 9%; prevê-se para 2011 e 2012 um crescimento anual da ordem de 6%; como é compreensível, prevê-se para 2011 uma contração da procura interna, da ordem de 3,6%, que sucede a um crescimento de 0,5 % em 2010. Variações portanto favoráveis para o PIB (exportações a crescer e importaões a diminuir)

2 -  Informação da AICEP (agencia para o investimento e comercio externo) através de Basílio Horta em 23 de janeiro de 2011  - "O investimento estrangeiro em Portugal cresceu 17,6%, atingindo, segundo as Nações Unidas, três mil milhões de euros em 2010. Pelo contrário, o investimento estrangeiro na Europa caiu 22,2%, com a Irlanda a registar uma descida de 66,3% e a Grécia de 38%"
http://www.dn.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1764033

3 - informações várias sobre o crescimento das exportações de: mobiliário (http://www.dn.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1758826), de torres eólicas (http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1758272&utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+DN-Economia+(DN+-+Economia , de sapatos (http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=442865),  de vinhos  (http://article.wn.com/view/2011/01/13/exporta_es_de_vinhos_alentejanos_para_o_brasil_cresceram_48/)

Salvo melhor opinião, estes números deveriam ter sido amplamente debatidos à vista dos senhores eleitores telespetadores ao longo da campanha eleitoral, primeiro, para contrariar a ideia da necessidade de salvadores da pátria, que a pátria sabe tratar de si própria; segundo, para contrariar a ideia de que o fator trabalho contribui pouco para o rendimento nacional (tem é uma quota pequena na sua distribuição).
Podia ser que os cidadãos e as cidadãs não andassem tão preocupados com a problemática do "nervosismo dos mercados".
Assim como foi, dá-me ideia de que houve manipulação sob a forma de ocultação.

Não pretendo dizer que o mérito seja do governo ou de "personalidades", embora Basilio Horta e os seus colaboradores mereçam parabens pelo seu trabalho; nem que os resultados são suficientes, que não são; e o mérito é principalmente de quem trabalha nas respetivas empresas.

Pretendo apenas dizer que este é um dos caminhos; se quisermos pôr na equação a ciência ou, pelo menos, a capacidade de interpretação de factos e números.

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