segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Um dia pacífico

Ontem, foi um dia pacífico.
Ninguém me acusou de estar a contribuir para a descida no rating do endividamento.
Ninguém me expôs ao escrutínio das entidades míticas que se entretêm com software de simulação de incumprimentos dos serviços de dívida, os tais mercados.
Antigamente ameaçava-se um cidadão com as penas eternas.
Acontecia qualquer coisa, e tinha sido porque as pessoas tinham desobedecido às normas.
Foi o caso do padre Malagrida, a responsabilizar o povo de Lisboa pelo terramoto de 1755.
Agora são os clientes da Worten, a endividarem-se para comprar os LCD, a protestar contra os cortes dos salários, a querer outro orçamento de Estado, a reivindicar os sacrifícios também para quem lucra com as transações na bolsa e com o negócio bancário, que são acusados de baixar o rating.
Uma pessoa respira e é logo acusada de baixar o rating.
Que coisa.
E se começássemos por reduzir a taxa de importação de alimentos, substituindo os alimentos importados por produção nacional?
Digo isto porque já se chegou à conlusão de que a política do ministério da agricultura do governo anterior estava essencialmente errada por falta de compreensão da realidade. Hoje é do domínio público que o nemátodo está prestes a atingir metade da floresta de pinheiro bravo. O que o ministro anterior dizia ser alarmismo.
Ah, é verdade, que tal começar a discutir essa coisa dos eurobonds?
Vá lá, não há nada como um bom debate alargado.
Mas sobre coisas que interessem, por favor.

http://fcsseratostenes.blogspot.com/search?q=nem%C3%A1todo

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