segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Arquitectorium 9 - O prédio da Vodafone no Porto

O jovem arquiteto do gabinete Barbosa e Guimarães fala do seu projeto com orgulho.
E diz uma coisa que revela que tem um grande poder de síntese, capaz de explicar em poucas palavras um facto tristemente verdadeiro:
“Com o tempo, fomo-nos apercebendo de que nos concursos o grosso das obras não era entregue pela qualidade do projeto, mas antes pelo preço ou por cunhas”.

Será tão difícil convencer o Tribunal de Contas e os sacerdotes do Código de Contratação Pública que o essencial da questão está aqui?

Que o preço mata o objetivo de serviço público dos equipamentos sociais?
E não é com leis que isso se resolve, nem sequer com fiscalização (como dizia Juvenal, quem guarda o guarda?).

É com o desenvolvimento de uma cultura não provinciana, não nova-rica, não arrogante, não sobranceira, isto é, participativa, apelando ao debate coletivo.
Se ainda há coisas boas a acontecer, e pessoas a fazer o diagnótico das inconformidades, é porque é possível compreender isto, não será?

Sem comentários:

Enviar um comentário