O jovem arquiteto do gabinete Barbosa e Guimarães fala do seu projeto com orgulho.
E diz uma coisa que revela que tem um grande poder de síntese, capaz de explicar em poucas palavras um facto tristemente verdadeiro:
“Com o tempo, fomo-nos apercebendo de que nos concursos o grosso das obras não era entregue pela qualidade do projeto, mas antes pelo preço ou por cunhas”.
Será tão difícil convencer o Tribunal de Contas e os sacerdotes do Código de Contratação Pública que o essencial da questão está aqui?
Que o preço mata o objetivo de serviço público dos equipamentos sociais?
E não é com leis que isso se resolve, nem sequer com fiscalização (como dizia Juvenal, quem guarda o guarda?).
É com o desenvolvimento de uma cultura não provinciana, não nova-rica, não arrogante, não sobranceira, isto é, participativa, apelando ao debate coletivo.
Se ainda há coisas boas a acontecer, e pessoas a fazer o diagnótico das inconformidades, é porque é possível compreender isto, não será?
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