domingo, 20 de fevereiro de 2011

O afrodisíaco

Nota: Este post contem afirmações que podem ser consideradas escandalosas por leitores ou leitoras de sensibilidade mais delicada, aos quais se recomenda que não leiam o que se segue

Este blogue não consegue sincronizar-se com o fluir rápido das notícias e das efemérides.
De modo que só agora, dia 20, reparou numa citação de Henry Kissinger num artigo sobre S.Valentim.
Que o poder é o maior afrodisíaco.
Nunca estou de acordo com Henry Kissinger, o tal que ralhou com o coronel Melo Antunes antes do 25 de Novembro por causa dos comunistas no poder.

Salvo melhor opinião, e com base na evolução da bio-química, para deter o poder político é necessária uma dose elevada de serotonina e de outros agentes neuro-transmissores colinérgicos.
São estes neuro-transmissores que permitem a estabilidade de desempenho dos políticos que dominam os mecanismos do poder.
Mas, em contrapartida, contraem os músculos de forma que impedem o afluxo do sangue aos corpos cavernosos responsáveis pela ereção.
Por isso se diz aos políticos,aos generais, aos dirigentes empresariais: Relax, Make love, not war.

Por isso não queiram os políticos enganar o seu povo.
Não é o poder que é afrodisíaco.
O que o poder faz é estimular, através dos neuro-transmissores, uma produção exagerada de dopamina que vai excitar os centros cerebrais do prazer, quando o detentor do poder impõe o seu parecer a quem não o tem.

Nesta perspetiva, o simples facto de um cidadão ou cidadã manifestar uma opinião contraria ao poder dominante é motivo para quem o detem antecipar o prazer de dizer não. Viciaram-se na dopamina, não sabem resistir-lhe.

Por isso o detentor do poder acha que ele é afrodisíaco.
Não é. Apenas produz a mesma dopamina que os afrodisíacos.
Assim se compreende a afirmação que o poder corrompe quem o exerce, no governo, na guerra, nas empresas.
Ficaram na história os tratamentos para a virilidade, perfeitamente ingénuos e inúteis, a que Napoleão se submeteu.
Por isso não devia haver dirigentes ditatoriais; deviam repartir o poder, debater de forma aberta as possíveis soluções, relaxar, ser mais humanos...
no seu próprio interesse, deviam ouvir os cidadãos e cidadãs.

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