O título pertence a uma frase de João Ferreira do Amaral, economista professor do ISEG: "Portugal tem uma agenda clarissima: tem de se reindustrializar".
Quando uma afirmação é feita por um professor e é também feita de forma independente por um ignorante, a probabilidade de estar certa é elevadissima.
Como ignorante de economia, sempre achei que o setor industrial em Portugal andava a ser desprezado.
Logo, parece-me altamente provável que a reindustrialização seja uma diretiva correta.
Continuação do testemunho de João Fereira do Amaral: "Inserimo-nos mal na globalização: especializámo-nos em setores não transacionáveis e o resultado foi perder mercados e acumular défice na balança de pagamentos".
É isso, tem de se investir na industria.
Para a minha geração (e para a de João Ferreira do Amaral), há um pouco de nostalgia nisto. Quando "tirámos" os nossos cursos, como se dizia na altura (quando havia 30.000 cidadãos e 15.000 cidadãs com curso superior no país, o que era um indicador de grave atraso cultural ), a opinião dominante era que a industria devia desenvolver-se.
Apesar do "condicionamento industrial" imposto pelo regime anterior ao 25 de Abril de 1974, que dificultava o surgimento de novas industrias, técnicos desse regime, como Rafael Duque e Ferreira Dias tentaram a industrialização do país.
Nos anos 80 e 90 do século XX, contrariando a opinião de muitos técnicos, fecharam fábricas de metalomecanica como a Sorefame, a Mague, a Lisnave, a Precix.
Foram invocadas razões de mercado.
A história demonstrou que eram más razões (por exemplo, o preço dos petroleiros sul-coreanos subiu quando perdeu a concorrencia de estaleiros como os da Lisnave).
Logo, a reindustrialização é a diretiva a seguir.
Dispensa-se a vitimização da falta de dinheiro porque para estas coisas ainda existe o QREN.
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