1 -Afirmação de Poul Thomsen, chefe da missão do FMI na troica: "A derrapagem de 2.000 milhões de euros no defice publico deste ano (7,0% em vez de 5,9% no primeiro trimestre) deveu-se em larga medida ao eleitoralismo da classe politica portuguesa, mais entretida com as eleições do que com a implementação das medidas de austeridade no setor publico".
2 - As eleições foram convocadas pelo senhor presidente da república, que não quis aplicar a solução islandesa: constituir um governo que abrangesse, segundo os resultados eleitorais, o maior numero possivel de sensibilidade politicas em Portugal
3 - Logo, a derrapagem de 2.000 milhões de euros deveu-se, em larga medida, ao senhor presidente da república (será que este vai chamar ignorante ao senhor Poul Thomsen, como fez com as agencias de rating?)
4- Mais informou o senhor Poul Thomsen que as medidas de austeridade, incluindo a redução da TSU (afinal em quanto ficamos?) só afetarão o crescimento da economia durante um ou dois trimestres. Depois serão visiveis os ganhos. Que bom que vai ser, como se costuma dizer. Aguardemos então pelos resultados a serem conecidos em Janeiro de 2012. Prometo pedir desculpa por duvidar se os ganhos forem visiveis, é que o endividamento privado é muito maior do que o endividamento publico.
5 - Mas deixemos o senhor Poul Thomsen e ouçamos o senhor Jurgen Kruger, representante da UE na troica: "o desvio orçamental de 1.900 milhões de euros deveu-se a uma derrapagem nos salários das forças de segurança e Defesa nacional e com receitas abaixo do estimado, nomeadamente em taxass na justiça e dividendos (até quando resistirá o senhor primeiro ministro, habituado a ser administrador de empresas com distribuição de dividendos, a taxar os dividendos?).
6 - Mais disse o senhor Jurgen Kruger que em 2011 não haverá mais aumentos de impostos (nem sobre os dividendos? tomemos boa nota) e que o governo ainda não tinha tido tempo para definir os cortes (lembro-me de ouvir o senhor primeiro ministro dizer, ainda antes da campanha eleitoral, que o problema se resolvia com cortes na despesa, o que indiciava que ele saberia onde devia cortar, mas parece que falava sem conhecimento de causa). No entanto, a noticia do dia 13 de Agosto era que os cortes estavam definidos mas tambem suspensos, e que em vez dos cortes, conforme informou o senhor ministro Vitor Louçã Gaspar, teriamos, desde já, os 50% do 14º mês e o aumento do IVA da eletricidade e do gás (que barbaridade, como diriam os castelhanos), enquanto em Setembro será anunciado o plano de cortes e embora ainda faltem medidas para tapar o resto dos 1.900 milhões de euros (TSU, fundos de pensões?)
7 - Tudo ponderado, temos de aplaudir as mirabolancias contabilisticas destes senhores todos cuja competencia de técnicos de contas não podemos pôr em dúvida, embora agradecessemos que nos explicassem melhor para onde está a ir o dinheiro dos empréstimos, esperando que não esteja só a ir para o pagamento de dívidas, coisa que já as finanças chinesas explicaram às dos USA que não é saudável.
Mas isso, da competência como técnicos de contas, era o que diziamos daquele senhor de Santa Comba, que tambem falava sempre pausadamente, com ar professoral e a apertar o indicador e o polegar, e que tinha muita dificuldade em entender o processo de construção de infra-estruturas e de industrialização do país que os seus técnicos de engenharia lhe tentavam explicar, felizmente com algum sucesso (mérito desses técnicos, que tinham uma visão mais abrangente e integradora), embora parcial, muito parcial.
Resumindo: em 13 de Agosto de 2011 a informação é a de que não haverá mais impostos em 2011 e que em Janeiro de 2012 já serão visiveis os ganhos das medidas de austeridade. Continua a falta a informação sobre o destino dos dinheiros que a troica vai canalizando. Aguarda-se a apresentação em Setembro de 2011 do plano de cortes na despesa pública.
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