Agora são os milionários franceses que vêm propor uma taxa extraordinária para ajudar à recuperação (pelos vistos, o problema também se põe em França).
Será que o senhor ministro das Finanças vai ler a mensagem?
Ele, que cuidadosamente quis evitar melindrar os milionários portugueses do livro "Os donos de Portugal" para não afetar a atratividade dos depósitos?
Ou não vai mudar e vai continuar mais papista que o papa Warren Buffet e os papas franceses?
Quando se serve muito bem aos senhores, é a figura que se faz, mais papista que o papa.
Já dizia o almirante Rosa Coutinho, que é muito fácil no governo serem uns paus mandados do poder económico.
A propósito, embora não responsabilize o atual governo pelo facto, venho dar parte de mais um exemplo de disfunção da organização fiscal do nosso país (provavelmente consequencia da complexidade burocrática dos cálculos de taxação): este ano vou pagar menos de metade de IRS (parece que alguem reparou num erro sistemático cometido nos últimos anos no cálculo dos benefícios fiscais correspondentes à percentagem de invalidez de minha mulher) e, ao fim de 8 meses de reforma, o cálculo da pensão foi revisto ligeiramente para cima.
Não quero armar em Warren Buffet nem em milionário francês, mas que isto é disfuncional, é, e muito longe do carater universal e justo que o senhor ministro das Finanças acha que as suas medidas têm.
PS - Curiosa, a reação (até no sentido literal) de alguns dos senhores milionários portugueses. Uns garantem que são assalariados, possivelmente com receio de penhoras. Outros lamentam-se da baixa do valor das suas ações em bolsa (como se não aproveitassem para aumentar a sua participação acionista). Outros dizem que há outras prioridades, como receberem facilidades para criarem emprego. Outro diz que 10% dos seus 11.000 empregados são apoiados financeiramente pela própria empresa sem que lhes aumente o ordenado...antes a frontalidade de um deles, há uns meses, a propósito da fundação Bill Gates, quando disse que os empresários de sucesso não têm que ser solidários (será uma leitura apressada de Adam Smith pelo senhor empresário, mas é a expressão do poder do lobo da fábula de La Fontaine sem enganar ninguem).
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