terça-feira, 22 de maio de 2012

Critica de cinema - Era uma vez na Anatólia








Filme muito interessante. O desenrolar da ação é lento mas o filme prende a atenção. Especialmente porque conta uma história, uma busca policial e judiciária por terras da Anatólia, que não é o tema central.

Tem alguns recados pelo meio, por exemplo, o comentário, quando algo não correu bem, que assim a Turquia não consegue entrar na união europeia.

Ou quando o presidente da junta da aldeia perdida faz o seu discurso sobre a falta de dinheiro para reparar o muro do cemitério e construir uma morguue, porque não pode enterrar os mortos depressa; tem de aguardar que os filhos venham da Alemanha; e é só quando morrem os pais que eles voltam por poucos dias à aldeia.

Anatólia, um dos teatros do desenvolvimento da cultura europeia, uma terra em que as pessoas são como nós, com o mesmo código genético, com as mesmas normas de sobrevivência, de procedimentos policiais, judiciários ou hospitalares.

Mas também com o que nos separa.

O tema principal é a mulher e o seu papel determinante, apesar de ser obrigada a andar com lenços a tapar o cabelo, ou condenada a fenecer numa aldeia perdida, ou a servir de pretexto para um homicídio, ou a querer e a morrer de amor porque o marido teve uma aventura, embora o filme não conte nenhuma destas histórias.

Como qualquer obra de arte, às vezes é mais importante o que não se mostra e apenas se sugere, do que o que se mostra.

E é bom ver filmes como este.

Aproxima as pessoas, como o iraniano “Uma separação”.

Sem comentários:

Enviar um comentário