terça-feira, 8 de maio de 2012

Ruinas de Lisboa - o parque Mayer


decoração do que resta das paredes do teatro ABC


mais decoração no ABC


teatro ABC


mesmo ao lado do cinema S.Jorge, a caminho do parque Mayer
Uma pequena reflexão sobre o parque Mayer.
O parque deve o nome a Adolfo de Lima Mayer, sogro de Jorge de Melo (o antigo) e bisavô pelo lado paterno de Cristina de Melo, esposa de Antonio Champalimaud e neta de Alfredo da Silva, o dos bancos resgatados por decreto de Salazar aquando da crise internacional de 1929 (que, como se sabe, foi provocada pelos excessos dos portugueses) e fornecedor de barcos para o transporte dos revoltosos de Francisco Franco no inicio da guerra civil espanhola.
Recentemente um tribunal deu por inválida a permuta entre a câmara municipal de Lisboa e uma empresa imobiliária.
A câmara perderá assim a posse do parque Mayer.
Há uma hipótese de expropriação, mas não está, que eu saiba, ainda decidida.
A decisão de efetuar a permuta foi, a seu devido tempo, tomada de forma formalmente democrática na câmara.
Apenas um partido, com representação minoritária, votou contra, embora a opinião pública atribua a outro partido essa votação.
Posteriormente ficou amplamente provado que a permuta não era legítima (os preços unitários do terreno de Entrecampos, da antiga feira popular, pertença da câmara, foram minimizados, e os preços do parque Mayer, pertença da sociedade imobiliária, foram maximizados).
Estamos portanto perante um exemplo de claro erro da maioria e de como a democracia não dispõe, pelo menos por enquanto, de meios que a protejam da ganancia e da sofreguidão de alguns  empresários.
Aparentemente, seriam suficientes dois meios:
- o método seguido pelas empresas de produção, de incluir no seu organigrama orgãos especificamente de qualidade e de controle da conformidade de processos; estes e os orgãos restantes da empresa funcionam em regime de controle mútuo;
- o envolvimento de cidadãos e cidadãs, até ao nível de maior proximidade, no debate das propostas e disseminação dos resultados, segundo mecanismos de democracia direta, com a participação dos partidos mas sem a subordinação formal aos partidos (bibliografia que se propõe: A sabedoria das multidões, de James Surowiecky, ed. Lua de papel;  A revolução sem lider, de Carne Ross, ed. Bertrand)
 


não é só deformação da lente; as gaiolas de vidro modernistas estão mesmo tortas


Reconheça-se que a execução do segundo ponto deste programa é difícil, mas o aproveitamento do trabalho já realizado ao nível das freguessias e o seu reforço poderia ser um caminho a seguir (evidentemente em sentido contrário ao da fúria dos cortes cegos e extinção de freguesias e à triste ideia de acabar com o método proporcional nas representações partidárias) .

teatro Variedades

  
 Já começaram as obras no parque Mayer, pelo menos no teatro Capitólio, mas o tempo vai passando e as ruinas vão continuando.


teatro Capitólio

As paredes do teatro Variedades estão pintadas com reproduções de cartazes de espetáculos. Alguns eram lindissimos






cartaz de Almada Negreiros
Soleil de nuit, decor de Larionov - Ballets russes, 1913
uma bela doceira de Odivelas, a competir com as lavadeiras
uma bela artista desconhecida
digna de Josephine Baker

teatro Capitólio

obras do Capitólio

azulejos no guarda roupa Paiva


decoração mural junto do guarda roupa Paiva

guarda roupa Paiva; inutil tentar alugar um fraque, fechou

















Sem comentários:

Enviar um comentário