segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Lua adversa de Cecília Meireles
Lua Adversa, poema de Cecília Meireles, citado no ultimo programa do Camara Clara, sabe-se lá se como metafórica alusão a astrologias que nos condicionam a democracia em desencontros adversos neste obscurantismo em que os senhores governantes nos querem imersos:
Tenho fases, como a lua,
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...).
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Cecília Meireles, in 'Vaga Música'
Etiquetas:
câmara clara,
Cecilia Meireles,
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obscurantismo
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