Manhã de domingo na Antena 2, programação cinzenta e macilenta onde antes estava o certo olhar. Talvez propositadamente o programador passou aqueles programas xaroposos de intercambio com as outras rádios com musica alusiva à quadra do solstício de Inverno.
Podia ser pior, podia a direção ter-se lembrado de substituir o certo olhar pelos diálogos da Lélé e do Zequinhas...
Já não posso dizer que apesar de tudo, se ouvem coisas que não agradam aos decisores, quando decidem, sem o debate alargado e o concurso dos cidadãos e cidadãs que percebem dos assuntos.
Isto é, quando a democracia não funciona.
Mas continuemos, ainda cá estamos.
Entretanto, sugiro que pesquisem no site da RTP os arquivos do certo olhar. Por exemplo, o programa do dia 5 de Dezembro de 2010:
http://tv.rtp.pt/multimedia/progAudio.php?prog=2175&clip_wma=78545
Oiçam neste programa a canção preferida de Maria João Seixas, Cajuina, de Caetano Veloso. Maria João Seixas, que, dadas as suas ligações ao partido no governo, fazia por vezes flic-flacs incríveis para explicar, sem justificar, algumas decisões, mas denunciando sempre a insensibilidade cultural e social dos decisores.
Oiçam também a opinião sobre a candidatura à organização do mundial de futebol de Miguel Real, professor e escritor, autor de "A ministra", descrevendo uma psicologia deformada, mas garantindo sempre que a conclusão de que se trata da senhora ex-ministra da Educação é do leitor.
Mas oiçam principalmente Luisa Schmidt, socióloga com a pronuncia doce terminando os "os" com "es" sobre a sentença da linha do Tua pelo IGESPAR, de cuja comissão emissora do parecer fez parte um dos membros do conselho das barragens... Como diz Luisa Schmidt, não tendo havido pedido de escusa, pode algum estado funcionar desta maneira?
Não disse ela, mas digo eu, que a alteração do projeto, deslocando a barragem uns quilómetros para montante (reduzindo obviamente a capacidade de armazenamento mas não a de potencia produzida a fio de água) era possível.
Mas não querem que seja.
E não foi por isto que o programa foi extinto; já o tinha sido antes desta afirmação, mas depois doutras...
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