Os fundos do rio não são compatíveis com alguns dos grandes navios de cruzeiro, sendo que os grandes navios de cruzeiro que dispõem de pouco calado têm, para compensar, maior largura.
Estas circunstancias agravam as condições operacionais do terminal de Santa Apolónia e levantam preocupações sobre a exploração futura.
Infelizmente, quem faz os projetos não tem de fazer a exploração.
Se tivesse, compreenderia as vantagens de evitar certas opções de projeto.
Pena, quem faz os projetos se considerar sistematicamente acima destas considerações e dispensado de qualquer humildade na aceitação de opiniões contrárias.
Quanto aos argumentos dos gestores, de economia na concentração de meios, de utilização de uma gare mais atrativa (mais atrativa do que a de Almada Negreiros?! as pessoas lêem aquilo que escrevem? acham que os turistas não apreciariam a estética dos anos quarenta?), não valerá a pena discutir porque tudo estará resolvido.
E por isso nem valerá a pena discutir a viabilidade económica (que o crescimento dos cruzeiros justifica), embora nenhuma problemática devesse ficar circunscrita à parte económica e se devessem sempre contabilizar os benefícios e os prejuízos de cada investimento.
Mas fica a metáfora de um dos gestores-decisores: "estamos a agarrar o rio com ambas as mãos".
Hieráclito diria que nunca se apanharia a mesma água de cada vez que se agarrasse o rio.
Este blogue dirá que se devia aproveitar tão capazes mãos para desassorear o rio, agarrando as areias, não as águas.
Ver
Lamenta-se.
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