Com a devida vénia ao DN, que descreve hoje o estado da capacidade de produção de energia primária em Portugal com base num estudo da DGEG.
Salvo melhor opinião, estes números mostram que a politica seguida pelo governo português tem sido correta, por muito que a troica/tríade possa criticar.
Embora eu pessoalmente tambem discorde do subsídio atribuido à produção de energia eólica, isso é apenas um elemento secundário. O essencial é o volume de produção de energias renováveis e o evitar a importação de petróleo.
Sobre a insustentabilidade da importação de grandes importações de petróleo, recordo um pequeno trabalho que fiz há dois anos sobre o potencial dos metropolitanos para reduzir os consumos totais de energia primária e as emissões de CO2.
De facto, o peso dos transportes no consumo de petróleo é muito elevado e insustentável.
Por mais que a troica/tríade (e os seus seguidores acríticos) pareça achar, estranhamente, que não.
No caso da UE essa estranheza é mais relevante, dado que a política energética europeia:
- não privilegia o transporte de avião relativamente ao comboio para distancias equivalentes às de Lisboa-Madrid, pese embora o protecionismo ao mercado do transporte aéreo;
- não privilegia o consumo de combustível em transporte individual relativamente ao transporte urbano ferroviário, pese embora o protecionismo aos fabricantes de automóveis.
Por isso me recordei do modesto trabalho que fiz há dois anos, e de como na altura da sua apresentação disse para o auditório que todos sabiam como eu sempre fui crítico do governo, mas que neste domínio, excecionalmente, a sua política estava certa .
Apesar da produção eólica e fotovoltaica ser mais cara, o evitar a importação de petróleo (aumentar as exportações e reduzir as importações é o caminho para reduzi o endividamento) e a redução das emissões de CO2 são razões mais do que suficientes para fundamentar esta politica energética (graças ao aumento da quota de produção de energias renováveis, o valor de 500 g de CO2/kWh produzido em todo o país, indicado na apresentação, é agora inferior a 400 g de CO2/kWh, o que vem melhorar a posição dos metropolitanos face aos autocarros e ao transporte privado).
Congratulo-me assim com os números da situação das energias renováveis em Portugal:
Potencia instalada: 9.700 MW, sendo:
- 4.800 MW de potência hídrica
- 4.200 MW de potência eólica (produção média anual de 2.403 horas,sendo que o ano tem 8.765 horas! número de aerogeradores: 2183)
- 466 MW de biomassa
- 88 MW de resíduos sólidos urbanos
- 31 MW de biogás
- 129 MW fotovoltaica (aqui há grande potencial de crescimento: 1 MW por hectare e 1.500 horas por ano)
- 4 MW de marés (neste domínio julgo porém que as realizações apenas têm valor experimental)
Apresentação de Outubro de 2009 sobre a problemática energética e o papel dos metropolitanos:
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