Transcrevo do editorial do DN, a propósito da pergunta duma prova de Físico-Químicas do 9º ano sobre quantos planetas tem o sistema solar, encontrando-se os seus nomes no enunciado:
"Focalizar o problema do ensino básico em Portugal na questão da avaliação dos professores, como aconteceu nos últimos anos, serviu para desviar as atenções da opinião pública para este outro problema, bem mais grave: o ser política oculta do Estado para a educação a formação de alunos cultos em facilitismo"
Alguém no DN reconheceu a triste realidade, depois de, durante os referidos últimos anos, ter andado a vender à opinião pública a ideia de que os professores recusavam a avaliação devido aos interesses corporativos instalados.
Nunca é tarde para reconhecer erros ou imprecisões, mas reconhecerá o DN que ao insistir na condenação dos professores se tornou cúmplice dessa política oculta?
E, como tal, vai pedir desculpa a quem sempre denunciou que o problema estava na incapacidade educacional e financeira dos encarregados de educação, portanto em causas e circunstancias externas às escolas?
Ou este editorial foi excecional?
E a propósito da violencia entre estudantes, agora que as filmagens no youtube são consideradas "alarme social", vai continuar a ouvir "especialistas", ou vai explicar que "alarme social" é a correlação entre, dum lado, o abandono escolar e ineficiência (ou inexistencia de quem as substitua) das famílias em apoiar o percurso escolar dos alunos, e do outro, a criminalidade, a inqualificação profissional e o insucesso económico?
Quando acontece um acidente ou um crime, é feito um inquérito às causas e circunstancias sociais de modo a fornecer "inputs", como se diz agora, aos fazedores das tais políticas?
É que, se não é, a experiencia ensina que os fenómenos se agravarão por não serem combatidas as causas na origem, por mais repressivas que sejam as medidas tomadas para tranquilizar consciencias.
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