quinta-feira, 23 de junho de 2011

Não em meu nome II

Os indignados leram o livro de Stephen Hessel.
Hessel não gostou de ter lutado contra o que lutou (o nazismo e a desigualdade entre os homens) e ver as coisas mal encaminhadas nos tempos que correm.
As receitas dos dirigentes económicos e financeiros contrariam a declaração universal dos direitos humanos, para  qual ele contribuiu.
O programa de privatizações nas áreas da saúde e da educação contrariam o programa para o qual ele contribuiu a seguir à II grande guerra.
Têm os governos legitimidade para fazerem o que fazem. Efetivamente quem não concorda com o programa de privatizações (o que, como já aqui escrito, não é por razões ideológicas, é por razões profissionais e pela experiencia negativa que se teve com as privatizações dos transportes da senhora Tatcher) pertence a uma minoria. No caso português, 29,7% dos eleitores registados votaram nos dois partidos do governo e 46,2% em partidos subscritores do acordo com a troica. Lamento muito, mas esta percentagem devia ser aumentada. Porque assim, há legitimidade para tomarem as medidas que quiserem, tiradas da mesma origem que conduziu o sistema financeiro internacional  ao estado em que está, mas não poderão dizer que o fazem em meu nome, mesmo que eu tenha de concordar com algumas das medidas (que deveriam ser estendidas aos setores de aplicação mais eficiente).
Não em meu nome.

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