De visita às antigas instalações da Sorefame na Amadora.
Pavilhões abandonados aguardando a demolição, onde foram montados e testados os 10 pendolinos da CP.
A extinção da Sorefame é um dos episódios mais negros da história da engenharia portuguesa (porque às ameaças exteriores correspondeu uma tentativa oportunista a partir do interior).
A furia urbanizadora (furia cega, ignorante e provavelmente suicida, porque o esforço de construção civil deveria centrar-se agora na reabilitação do parque habitacional e nunca em condomínios de luxo ou de pretensões média-alta) aguarda oportunidade para avançar.
Mas uma agradável surpresa.
A EMEF instalou aqui o seu nucleo de inovação.
Aqui se faz a reparação de segundo nível da eletrónica dos pendolinos e das automotoras dos suburbanos.
Com economias significativas por negociação com os fabricantes do material circulante ou contacto direto com os fornecedores destes fabricantes, ou aquisição direta de componentes equivalentes (GTOs, por exemplo), ou construção de módulos equivalentes.
Para uma pessoa como o humilde escriba, que já terminou a sua vida profissional, é extremamente agradável ver o entusiasmo dos jovens colegas nestas questões técnicas e ver tambem que esse entusiasmo se traduz em resultados.
Tudo isto tão longe da ignorancia dos decisores, que decretam que as empresas publicas têm de ser privatizadas ou então reduzir as suas atividades à mais apagada e vil tristeza de que falava Luis Vaz.
E que ninguem se lembre de condenar o esforço destes técnicos de uma empresa pública, em nome do interesse das empresas fabricantes, porque as diretivas europeias são muito claras ao definir a obrigatoriedade dos produtos de qualquer fabricante serem compativeis com os produtos de outros fabricantes (isto é, a manutenção de um equipamento não é exclusiva do fabricante).
Destaque para o sistema de telegestão e telecontagem de energia dos comboios, com centralização da informação na Amadora, já em funcionamento, com vantagens para a eficiencia energética com poupanças nos consumos dos comboios, e para manutenção.
Dadas as afinidades dos componentes e do material circulante, sugere-se o desenvolvimento de mecanismos de cooperação entre, por exemplo, o metropolitano de Lisboa e a EMEF (o humilde escriba recorda uma excelente colaboração já havida com o laboratório de telecomunicações da REFER para medição de intereferncias eletromagnéticas).
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