Na antiga Grécia, Hubris era o crime de retirar prazer da humilhação ou do abuso de uma vítima.
A neurociencia e a psiquiatria inspiraram-se nas tragédias gregas que usaram o tema para definir como sindroma de Hubris a doença psicológica que afeta quase todos os que exercem poder, político ou nas empresas.
Características principais: falta de humildade, arrogancia, sentimento exagerado de auto-importancia, convicção de que se tem razão, presunção, falta de compreensão da realidade e criação de um mundo próprio para ser compatível com o sentimento de ter razão.
Esta doença foi estudada por David Owen, médico e antigo ministro dos negócios estrangeiros inglês no seu livro Na doença e no poder, ed.Dom Quixote.
Esta doença é uma ameaça à democracia, e escapa aos eleitores porque os doentes se refugiam atrás de uma aura de carisma, como se costuma dizer.
A doença vai-se desenvolvendo à medida que o político ou o gestor vai recolhendo cada vez mais apoios dos que os rodeiam, que por sua vez o apoiam cada vez mais para se sentirem seguros, num mecanismo semelhante ao da polarização (ver mecanismos de decisão nos pequenos grupos em A Sabedoria das Multidões) ou da concentração no polo mais forte (ver lei de Fermat-Weber).
O tratamento é divulgar amplamente esta análise de que é mesmo uma doença psicológica que afeta os políticos e os gestores, que só pode concluir-se pela necessidade de descentralizar os poderes de decisão, evitando a concentração, porque quanto mais concentrado for o poder de decisão mais sujeito à doença de Hubris fica o decisor.
Entre os analisados por David Owen está Kennedy, classificado como uma criança doente. Nixon, como paranoico. Bush e Blair, como arrogantes perante a realidade. Tatcher, como presunçosa.
Curiosamente, David Owen diz que Merkel tem os pés bem assentes no chão (é capaz de ter razão, o plano de fecho das centrais nucleares, com custos de 200 mil milhões de euros, aumento das emissões de gases com efeito de estufa e importação de energia elétrica da França, revela bom jogo de rins... não sofrerá da sindroma de Hubris, sofrerá de outras sindromas, de oportunismo, talvez, numa altura em que o seu partido perde eleitores para os Verdes).
Este blogue propõe o livro como leitura obrigatória pelos políticos e pelos gestores de empresas, com prestação de provas posterior para verificação de que foi compreendido.
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