Escrevo desacerto porque, segundo os indicadores da OCDE desde 2003 que a rigidez das leis laborais em Portugal se atenuou, e porque o peso dos custos do fator trabalho nas empresas de produção de bens transacionáveis é de cerca de 15% e, portanto, estar a penalizá-lo pouco melhora no custo final.
Lá se vai a competitividade quando se põe a tónica na sua penalização.
Mas como a maioria daqueles senhores achava que aumentar o tempo de trabalho era aumentar a produtividade (demonstrando assim a incompreensão do conceito de quociente, neste caso produção em numerador e fator de produção em denominador) , vale pouco a pena argumentar.
Talvez se perceba melhor com a parábola que um leitor atento do DN enviou para as cartas ao diretor:
"Era uma vez um senhor e um criado para trabalhar no campo. O criado abalava de manhã, de enxada às costas e farnel debaixo do braço, que era o almoço feito a mando do senhor. Mas o trabalho não avançava. Um dia, o senhor seguiu o criado e verificou que ele, chegado ao local de trabalho, atirava a enxada ao chão, deitava-se ao lado e cantarolava: "- o meu amo só me dá pão de rolão e vinho vinagrão. Deita-te para aí enxadão ". O senhor, em vez de se escandalizar, percebeu, e no dia seguinte mandou preparar um bom almoço para o criado. Seguiu-o e viu-o trabalhando arduamente enquanto cantarolava:"-o meu amo já dá bom vinho e bom pão, trabalha enxadão".
Vox populi, sem precisar de fazer contas para explicar as coisas, que isso compete aos académicos que não o têm feito como deve ser, pese embora a boa paga que recebem.
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