Agora que termina o seu mandato, ao mesmo tempo tempo que vai trabalhar na autonomização do instituto relativamente à casa mãe, o serviço público da Antena 2, que os nibelungos ainda não conseguiram paralisar, transmitiu a seguinte entrevista:
É uma pena os meios de comunicação social não darem mais atenção e não divulgarem o que pensa e faz António Coutinho.
Eu sei que a incultura tem muita força, e que faltam meios de divulgação da cultura e dos métodos de organização de comunidades produtivas e de tomada de decisões.
Que pessoas como António Coutinho se envolvem com os seus pares especialistas e conseguem trabalhar em grupo com a participação de todos e que até acabam por dizer que a ciência em Portugal progrediu muito desde 1980.
Como eu gostaria que isso tivesse acontecido fora do seu círculo especializado.
Mas sublinho a importância do que diz António Coutinho: que o principal é a tolerância de saber ouvir as críticas, de dar força aos jovens, de não se ficarem, nas comunidades de trabalho, pelo top-down e investir decididamente no método bottom-up, envolvendo os colaboradores em trabalho de equipa. De abordar os problemas e adotar os métodos de solução conforme os bons princípios.
Que não são as regras que fazem falta, são os princípios. É a ausencia de respeito pelos princípios que leva as pessoas a suspirarem por regras.
Pena, mesmo, a dinamização da sociedade civil, ao nível das assembleias de freguesia, ao nível dos programas de TV e rádio, ao nível de grupos de especialistas, ser tão difícil em Portugal.
Não são precisos lideres iluminados ou guiados por uma fé cega que arrastem multidões e salvem pátrias.
Não são precisas reformas que irão ao encontro de interesses em expansão.
Não são precisas reformas que irão ao encontro de interesses em expansão.
São as próprias pessoas, ao seu nível, que podem fazer o país progredir, apesar dos detentores das interpretações ditas corretas das coisas.
Vou repetir-me, vou citar novamente "a sabedoria das multidões" de James Surowiecky, "a revolução sem líderes" de Carne Ross, "a economia dos pobres" de A.Banerjee e E.Duflo, "Portugal:divida publica e defice democrático" de P.Trigo Pereira, "economia portuguesa, as ultimas decadas" de Luciano Amaral, "segurança social: o futuro hipotecado" de F.Ribeiro Mendes, "os ultimos 200 anos da economia portuguesa e os p´roximos 30" de Luis Monteiro.
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