segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Estaleiros de Viana do Castelo em 1 de outubro de 2012


Em 10 de setembro escreveu-se neste blogue que uma das formas de aumentar a produção em Portugal seria executar o programa de construção de navios patrulha.


Não é esse o entendimento do governo atual, que cancelou o programa, contribuindo para mais uma desvalorização dos estaleiros de Viana do Castelo.
Chamo a atenção para que o argumento de falta de dinheiro, utilizado pelo ministério das finanças, o é sem vir acompanhado de fundamentação, nem sequer um quadro Excel com a distribuição das rubricas orçamentais (isto é, o orçamento de estado é secreto até ser apresentado; não contem contribuições de entidades alheias ao governo e seus apoiantes; ficaram de fora portanto, pelo menos, 70% de portugueses).
Além disso, lógico será haver verbas do tipo QREN para financiar o patrulhamento de uma parte da costa da união europeia.

Reproduzo assim, com muito respeito pelos trabalhadores dos estaleiros de Viana,  numa altura em que já houve respostas ao caderno de encargos para a privatização, mas ainda não há propostas confirmadas, uma foto da manifestação dos trabalhadores contra a privatização, em 1 de Outubro.


com a devida vénia ao MSN


Para não ser acusado de fazer criticas destrutivas, apresento a sugestão do que os cidadãos costumam fazer quando ninguém oferece o valor justo pelo bem que querem vender: negociam com quem tem mais experiencia no negócio a utilização das infraestruturas que possuem.
Pode não ser uma concessão, pode ser uma parceria, apesar da desvalorização da palavra (que não do conceito), pode ser um aluguer , pode ser um comodato… a Noruega precisa de navios para as suas carreiras entre fiords (existem normas específicas para navegação nos fiords). Já houve contactos exploratórios; não podiam pôr de lado o tal concurso e pôr os estaleiros a negociar diretamente com o embaixador da Noruega? (diabo, havia um gabinete de advogados que veria as suas receitas diminuir).
Ah, é verdade, convinha o senhor governo não se esquecer que o pouco dinheiro que pensa obter com a privatização não pode ser utilizado para reduzir défices. Quando muito dívida.

PS em 2 de outubro de 2012 - Hoje foi anunciada a assinatura na Venezuela de um aditamento ao contrato para o fornecimento dos 2 asfalteiros. A empresa venezuelana aceitou a prorrogação do prazo de construção. Porém, os estaleiros vão ter de lançar os concursos para o fornecimento de chapa e equipamentos para substituir os que forma anulados. Tambem vai ser preciso contratar pessoal.
Tudo isto enquanto decorre um rigido processo de reprivatização que não admite apenas a gestão da empresa e a assunção dos correspondentes eventuais  prejuizos por terceiros sem que o estado perca a propriedade.
Posso ser acusado de descrente, mas não acredito que o atual governo apoie este projeto (ninguem viu na televisão um senhor ministro a vangloriar-se de ter feito um negócio fora de portas...). Mais facilmente utilizará as burocracias da contratação publica para o paralisar, como qualquer fariseu ou publicano dos evangelhos.
Vamos ver.
Espero sinceramente estar enganado, que não venha a poder dizer daqui a dois anos (novo prazo para o fornecimento), que os estaleiros foram vitimas de um ato de banditismo.





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