terça-feira, 23 de outubro de 2012
Cenas da vida quotidiana - as grelhas, no supermercado e o génio do poker
1 - As grelhas - Bruscamente, após o verão passado, comecei a reparar, nas duas freguesias do norte de Lisboa que mais se distinguem nas eleições em votar ns partidos do atual governo, que faltavam grelhas de drenagem, junto dos passeios.
Primeiro, alguns moradores colocaram ramos de árvores, para prevenir os automobilistas contra os perigos de inutilizarem jantes ou susensões.
Depois o pessoal da CML colocou aqueles módulos de polietileno para barreiras de canalização de tráfego em cima das bocas de drenagem.
É fácil parar uma carrinha e com um pé de cabra ir recolhendo as grelhas.
É um sinal do desemprego e da economia paralela a funcionar com o apoio dos sucateiros.
Quem será mais a causa? quem rouba as grelhas ou quem gere a economia de modo a ela reagir assim?
Sugiro a encomenda a fabricantes de estruturas de PVC, reforçado com nervuras, para equipamento das bocas de drenagem.
Ou então, inserir nas grelhas metálicas localizadores para fazer o "tracking" até aos sucateiros.
Mas evidentemente que a solução seria fazer o que diz a constituição da República: o governo tomar medidas de pleno emprego (utilizando fundos QREN).
2 - no supermercado - estou a comparar preços de vinhos na respetiva secção do supermercado. Um cliente de aspeto normal aproxima-se e pede delicadamente dinheiro para completar as suas compras. Respondo que deveria protestar através das organizações que lhe fossem mais próximas, sindicatos, juntas de freguesia., partidos politicos.
Mas ele responde que isso demora muito tempo e entretanto tem fome.
Que , se cada um contribuir com uma moeda, ele tem o problema resolvido.
3 - o génio do poker - reencontro este argumento, de cada um contribuir com um pouco, ao ler no DN a reportagem sobre o génio do poker, que se profissionalizou depois de concluir o curso de engenharia informática, e que ganha rentáveis torneios na internet (o governo já terá tido tempo de ler o estudo sobre a taxação do jogo pela internet?).
Segundo ele, 10% do que ganha é entregue a instituições de solidariedade social.
Claro que aplaudo, mas fico a pensar que as coisas não deviam ser pela caridade, que a sociedade devia organizar-se de modo a pôr as pessoas a produzir, mesmo que tenham limitações, e remunerá-las conforme as necessidades.
Quem dizia o mesmo? Adam Smith.
Não há dúvida; quem nos divide não são os profetas, mas sim os seus sacerdotes.
Etiquetas:
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