Fui pastora, camponesa,
operária, forasteira.
Fui ao mar, servi à mesa,
fui cigarra cantigueira
Amassei o pão amigo,
chorei por ti, carpideira.
Fui à vida, ceifei trigo,
aplainei muita madeira
Sei o caminho que sou
porque estás à minha beira
Rasguei de sulcos a terra,
reguei as flores do jardim.
Tratei soldados na guerra
que nunca mais tinha fim
Andei por montes e vales,
fiz-me ao caminho e à estrada.
ai Maria, não te cales
calada não vales nada
Sei do caminho que sou
porque estás à minha beira
Nuno Gomes dos Santos, cantado por Luisa Bastos,
musica de Paulo de Carvalho, CD editado por Ovação
Deixo hoje este registo de homenagem à mulher,
- quando vejo nas noticias a tentativa de assassinio, no Paquistão, de Malala, uma menina de 14 anos que defendeu publicamente o seu direito à escola (pobre fundamentalista que ignoras o que o profeta Maomé disse, que mais vale a tinta de um sábio - como Malala quer ser - do que o sangue de um mártir - como tu queres ser) ,
- quando leio a sugestão de Christine Lagarde de individualização das declarações fiscais entre homem e mulher, para facilitar a atribuição de benefícios à mulher correspondendo à sua condição específica
- quando ouço a empregada do café dizer-me que depois de o fechar, só chega a casa duas horas depois da viagem de metro e de duas camionetas, apesar da distancia em linha reta de casa ao emprego ser de 12 quilómetros (como é possível, depois de saberem isto, virem os senhores economistas dizer que o país precisa é de competitividade dos seus trabalhadores; que culpa tem a senhora da rede de transportes ser assim? a deslocação casa-trabalho dos trabalhadores alemães é feita a 6 km/h segundo a reta de ligação?).
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