Com a devida vénia, retransmito a informação dada pelo Dr João Salgueiro na sua entrevista ao DN de 2010-01-24.
Viajando por auto-estrada de Madrid para Lisboa, verificou que os automóveis de matrícula portuguesa deslocam-se em Espanha, duma maneira geral, a velocidades compatíveis com o código da estrada. De Elvas para Lisboa, diz João Salgueiro que os automobilistas portugueses se portam mal e desaparecem-lhe da vista.
Isto a propósito da dificuldade dos portugueses em cumprir regras e procedimentos.
Não quero armar em santarrão, até porque também ultrapasso o limite de 120 km/h. Mas os colegas de estrada exageram. E nas cidades ainda é pior. Parecem fiáveis os dados estatísticos que dizem que o número de passageiros de automóvel mortos em acidentes nas cidades diminui e o número de peões mortalmente atropelados aumenta. É muito forte a correlação entre o não cumprimento dos limites de velocidade nas cidades e o crescimento do número de atropelamentos mortais.
A velocidade máxima a que um condutor é capaz de pôr o seu carro a deslocar-se não devia ser nunca um critério para escolha do estado de movimento de um automóvel. Mas é isso que está inscrito no córtex de muitos condutores, configurando uma predisposição para homicídio involuntário, mas premeditado, uma vez que já foi disseminado que a probabilidade de sobrevivência de um peão atropelado a mais de 50 km/h é inferior a 5%.
E como ficam zangados comigo quando têm de seguir a 50 km/h atrás de mim…é nessas alturas que me lembro que não há um código da estrada económica para conter os ímpetos assassinos de Adam Smith.
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