Continua a acentuar-se a perceção dos riscos da energia nuclear.
Penso que estamos no meio de um exemplo típico da alegoria das cavernas de Platão.
O nosso cérebro está-nos a enganar com emoções e com a imaginação concentrada agora na radioatividade não contida de Fukushima, quando a atitude mais pragmática seria investir já nas medidas de proteção contra a repetição do acidente, melhorando a resistencia aos maremotos e abalos sismicos e desenvolvendo a nova geração de centrais nucleares.
A humanidade convive com a radioatividade desde que é humanidade (existe até uma hipótese que justifica o desenvolvimento das células do cérebro humano graças à radioatividade natural, mas é uma hipótese).
Serve-se dela em medicina e já tem morrido gente em acidentes com isótopos medicinais.
Ironicamente, as cinzas da queima de carvão nas centrais elétricas contêm radioatividade.
O governo chinês declara cerca de 100 mortos por ano nas minas de carvão chinesas.
Enquanto asistimos emocianados ao aprisionamento e ao resgate dos mineiros do Chile, morreram 11 mineiros noutra min da América do Sul.
Por maior que seja a boa vontade de quem o deseja, não é possivel eliminar o concurso das centrais de carvão e nucleares sem reduções drásticas do consumo de energia elétrica, muito para alem do potencial de melhorias de eficiencia do consumo e da produção de renováveis.
Todos lamentamos, mas não é possível, desenganem-se.
E por falar em renováveis, complementando a informação sobre acidentes na produção de energia elétrica
em
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2011/04/energia-nuclear-i-o-cerebro-humano-e-o.html
sabe-se agora que o sismo de 11 de Março provocou o desabamento de uma barragem que submergiu 1.800 habitações e um incendio numa refinaria (elemento na cadeia de produção de energia) com 12 mortos.
Não há energia limpa, não há energia sem riscos.
Melhor será investir no desenvolvimento de energia nuclear mais segura e mais eficiente, salvo melhor opinião.
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