Ainda há bem pouco os jornais tinham o cuidado de recordar a data de 9 de Abril como a da derrota de La Lys, na I Grande Guerra. Nem sempre explicavam bem o disparate que é uma guerra, nem os disparatados motivos de participação, nem o estado de atraso de Portugal, desde o analfabetismo ao endividamento. Aliás, são raros os testemunhos da época defendendo a oposição à guerra por essa Europa fora e eram maioritariamente classificados como cobardia ou colaboração com o inimigo. Assim se faz a história, sem dúvidas, quando devia haver muitas dúvidas.
Notícias do dia 9:
- os deputados do parlamento europeu rejeitaram, por 402 votos contra 216, uma proposta para que as viagens de avião, com menos de 4 horas, passassem a fazer-se em classe económica; como curiosidade, assinala-se que 9 dos eurodeputados portugueses votaram contra e outros 9 votaram a favor. Curioso.
- contrariamente ao pessimismo percecionado, as exportações aumentaram 21,7% de Dezembro de 2010 a Fevereiro de 2011; as importações aumentaram 13,4%, mas o saldo em valor absoluto continua negativo porque as exportações foram 9,5 mil milhões de euro e as importações 14,2 mil mihões de euro. Há quem trabalhe em Portugal e nem todos os portugueses tiveram culpa no desastre;
- decorre o julgamento do presidente da sociedade lusa de negócios/BPN e antigo secretário de Estado das Finanças. O inspetor tributário que é testemunha de acusação relatou que Oliveira e Costa vendia a sociedades off-shore do seu grupo ações da SLN pelo dobro do preço por que as tinha anteriormente comprado. Curioso. Não terá sido a principal causa da crise, mas ajudou.
- sairam os relatórios anuais sobre segurança do Ministério da Administração Interna (RASI) e da Direção Geral de Políticas de Justiça (DGPJ). Como quaisquer estatísticas de critérios diferentes, não coincidem. Tambem não vale a pena dizer se a criminalidade aumentou ou não (segundo o relatório da DGPJ houve 317.563 crimes).
Interessava mais analisar as causas e circunstancias em que a criminalidade está neste nivel insuportável, estabelecer as correlações (por exemplo, com o abandono escolar 4 ou 5 anos antes, com o desemprego...), mas é a postura que os gestores e os decisores têm.
Falta abertura e mecanismos de envolvimento das populações no debate, falta profundidade nos métodos de análise para não ficarmos pelas análises primárias.
O ministro insiste que o seu (dele) modelo para combate à criminalidade é bom e vai ser mantido.
Mas por esse país fora há quem discorde do ministro e se prepare para constituir milícias (caso de regiões rurais em Viseu).
Não se admirem se as milícias começarem a fazer justiça pelas próprias mãos.
É contra o direito romano, mas é provavelmente a correlação com a politica do ministério.
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