quinta-feira, 26 de julho de 2012

A cogeração em Portugal

http://www.rtp.pt/programa/tv/p24778/c88066http://www.rtp.pt/programa/tv/p24778/c88066


O programa Bioesfera, da RTP2, tratou o tema da cogeração.

Cogeração significa produção de energia elétrica e de calor, aproveitando o calor associado à produção da energia elétrica.

Em termos de rendimento de conversão de energia primária em energia útil (elétrica e térmica) uma central de cogeração tem muito melhor rendimento do que uma central exclusivamente elétrica e justifica a instalação de uma central de cogeração À entrada de uma fábrica de qualquer dimensão. O calor produzido pode ser também convertido em frio por absorção.

Dado que o rendimento e a eficiência elétrica são maiores, interessa generalizar a cogeração para rentabilizar os encargos com a importação de combustíveis fósseis (normalmente gás natural) para a cogeração.

O programa Bioesfera pôs a nu a fragilidade das soluções portuguesas em questões de eficiência energética.

Foi estabelecido o “esquema” de se pagar a eletricidade produzida pelas empresas que compraram licenças de produção em cogeração e a reinjetam na rede, a um preço mais elevado do que o preço normal do kWh.

O sistema funciona em países estrangeiros, mas em Portugal, revelou o programa, não há estatísticas fiáveis sobre a produção de calor, provavelmente porque o  interesse, das empresas que levantaram a licença, era apenas o de poderem revender o kWh mais caro, o que significa que se está a desperdiçar o valor do calor produzido (o principal problema, quando o calor não pode ser utilizado na própria empresa produtora, consiste nos elevados custos de uma rede de distribuição para o exterior).

É curioso ver o ar desanimado do presidente da Cogen, dizendo que as tecnologias não podem ser submetidas às mesmas leis de mercado de bens comuns.

Querendo com isso dizer que na produção racional de energia elétrica , com o objetivo de melhorar a eficiência energética, são os critérios técnicos que devem predominar, com estudo integrado de todos os aspetos da questão, e não os critérios de mercado.

Mas os interesses dos grupos empresariais podem não concordar.

E mais uma vez, não é solução esperar que apareçam empresários a resolver problemas que requerem uma visão planificadora e integrada subordinada ao interesse nacional.

Ver sobre este assunto o livro já citado “10 tecnologias para salvar o planeta” de Chris Goodall, ed. Livos Horizonte, em que se analisa a cogeração com distribuição de calor a nível regional e local, e a produção de eletricidade e calor (ou frio) a partir de pilhas de combustível alimentadas por gás natural ou por hidrogénio ou por metano extraído da biomassa.
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2012/07/10-tecnologias-para-salvar-o-planeta.html

Quando compreenderão os senhores governantes que as leis de mercado em que acreditaram tão ferverosamente são um obstáculo e não um meio de progresso na eficiência energética?

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