Palmira tem 30 anos.
Fez o internato num grande hospital de Lisboa.
Quando chegaram os cortes (e não foi com o atual governo) viu-se sozinha no banco de urgencias noturnas.
Sozinha significa sem um colega mais velho.
Quem fez o corte não faz ideia do crime que é provocar uma situação destas (aprender com os próprios erros significa aqui aprender à custa do sofrimento alheio).
De modo que optou por trabalhar no Canadá.
No hospital de uma cidade em que não existe comunidade portuguesa.
O Canadá agradeceu muito.
Não teve de gastar dinheiro na formação de uma médica.
Países ricos precisam do contributo de países mais pobres para ficarem mais ricos, embora já estejam ameaçados pela drenagem dos banqueiros como Victoria Grant, a menina de 12 anos já demonstrou.
Palmira passa férias em Portugal, poucos dias, e quando chega ao Canadá fala com a mãe por Spyke.
Deixa o Spyke ligado, para ouvir os ruidos da casa, a mãe a fazer o jantar, o pai a chegar a casa.
Não é saudável.
Como qualquer psicólogo pode confirmar.
Mas também não é saudável um país fazer isto.
Falta um psicólogo geral da República, para prescrever o tratamento.
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