Este blogue junta o seu apupo ao da comissão de trabalhadores e da comissão sindical do metropolitano de Lisboa ao senhor secretário de estado dos transportes ao entrar na festa à porta fechada dos 53 anos do metro.
Apupo porque o governo mantem a prepotência e o secretismo das negociações com a troika para a solução financeira da dívida do metro devida aos investimentos do estado na construção dos túneis e estações, e para a concessão a privados.
Informou o senhor secretário de Estado que as negociações são conduzidas pela senhora secretária de Estado do Tesouro (a senhora que negou existir uma espiral recessiva poucos dias antes de Christine Lagarde explicar o efeito redutor da austeridade na queda do PIB).
Não reconheço, como técnico de transportes, nem competência técnica nem experiencia nestas questões nem à senhora secretária de Estado nem aos representantes da troika.
Cumprem uma agenda cegos e surdos às informações sobre os erros de privatizações ou concessões anteriores (metro de Londres, metro do Porto) e sobre os argumentos válidos de empresas como a RATP.
Apupo porque ainda estão a estudar se darão a concessão a um ou dois operadores.
Este blogue já apresentou os argumentos com base em cálculos.
Ver em
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2012/10/dedicado-ao-senhor-secretario-de-estado.html
Duvido que os senhores governantes ou a troika os possam rebater.
Apenas podem continuar a ofender quem trabalha dizendo que a eficiencia da gestão privada será melhor.
Analogamente ao setor da energia, o setor dos transportes sofre a fúria privatizadora dos neo-liberais burocratas de Bruxelas sem respeito pela regra dos 2/3 de eleitores que validem a decisão da privatização ou concessão.
Não poderá pois invocar-se a legitimidade democrática para essas decisões.
Gostaria de pegar nas palavras do senhor secretário de Estado, que “as greves aceleram o processo de privatização ou concessão” para sugerir uma segunda fase aos trabalhadores do metro que lutam pelo seu ideal.
Efetivamente as greves afastam os passageiros da solidariedade com os trabalhadores do metro. Infelizmente, essa solidariedade só seria garantida a posteriori com a catástrofe do desemprego comum. Que é o que não queremos. Por isso insisto que deve ser mantido o critério de manter o sistema de transportes a funcionar sempre, e não é por o senhor secretário de Estado dizer isso que eu terei medo de o dizer tambem.
Por isso proponho que as greves sejam de zelo sem paralisações, apenas com avisos com antecedência de que em determinado dia em determinado intervalo de tempo as circulações terão ligeiros atrasos devido ao cumprimento de regras de segurança e à informação aos passageiros sobre as regras de segurança, sobre as razões da divida devida à construção dos túneis e estações, e sobre as implicações da politica de corte de investimentos na segurança, na eficiência do metro e na economia da cidade (o investimento com fundos QREN em infraestruturas que economizam combustível e dinamizam a economia como os metropolitanos, é inquestionavelmente uma forma de crescimento do PIB).
Assim, a luta dos trabalhadores do metro seria também a luta dos passageiros contra o desemprego.
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