segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Isabel Medina, atriz


A propósito de um assalto à sua casa, Isabel Medina, atriz, foi entrevistada pelo DN.
Pela lucidez com que respondeu, dificilmente se poderia caraterizar melhor a problemática dos assaltos.
Uma pena faltarem os órgãos de análise e de implementação de soluções.
Preferencialmente a nível preventivo,  na origem dos males, esta ideologia que nos deixa entregues à lei da selva.
Transcrevo:
“Devemos parar para pensar, em vez de nos queixarmos. Saber como sair deste impasse económico e social. Se tudo nos retiram, obviamente que ninguém tem a obrigação de trabalhar para a banca e o mercado, poderes sem rosto que manipulam uns quantos fantoches que se dizem governantes. Não é contra os assaltantes que nos devemos virar, mas contra todo um sistema que provoca, alimenta e dá o exemplo... nenhum de nós, que permitiu que a sociedade mundial chegasse a este ponto, tem direito a condenar a pequena criminalidade, mas deve, sim, lutar para que as condições de vida não justifiquem nunca estes pequenos crimes”.

Há pouco tempo, o DN tinha dado a notícia de que um casal de jovens tinha sido preso num assalto a uma superfície comercial. No carro que tinham deixado à porta foram encontrados sacos de batatas fritas, algumas guloseimas, brinquedos, um televisor e o bebé deles, de 2 anos.
Diz o artigo 58º, nº2 da Constituição da Republica Portuguesa, que  “para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao Estado promover a execução de politicas de pleno emprego”.

Se não cumpre o artigo da Constituição, e existindo uma correlação forte entre o desemprego e a criminalidade, e uma ação decidida do governo em aumentar o numero de desempregados, o governo, por força da lógica, torna-se cúmplice.
Salvo melhor opinião, claro.

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