Enquanto serviço público ainda ativo, a RTP2 retransmitiu o programa Goldman Sachs, o banco que dirige o mundo:
É possível que o governo não goste, por o documentário mostrar a preocupação do Goldman Sachs ter antigos funcionários nos centros de poder político nos USA e na Europa.
Em Portugal, nomes como António Borges ou Carlos Moedas são conhecidos como tendo tido ligações com o Goldman Sachs.
É interessante, como mostra o documentário, as entidades financeiras como o Goldman Sachs que especularam graças à desregulação fundamentalista praticada pelo governo dos USA, terem rapidamente ultrapassado a crise e escapado às acusações do congresso e do governo de Obama.
Como escreveu Sofia de Melo Breyner na tragédia Os Gracos, os ricos nunca perdem a partida.
De destacar, ao minuto 43, a explicação simples como o Goldman Sachs ajudou o governo grego no principio dos anos 2000 a reduzir artificialmente a divida publica em 3 mil milhões de euros.
Trocou com o governo grego dólares por euros, à taxa de cambio fictícia de 2 dólares por cada euro, e por fora, confidencialmente, transformou a diferença entre a taxa de cambio real e a fictícia num empréstimo a pagar até 2037, ao ritmo de 400 milhões de euros por ano.
Como dizia o evangelho, os filhos das trevas são de facto mais inteligentes, até porque não existia, à época, legislação que condenasse esta prática (lá está, os ricos ficam sempre a ganhar).
Mas assim já se percebe melhor a intervenção do Goldman Sachs, a aniquilar com eficiência a capacidade dos governos de salvaguardarem as funções sociais, a deixar para as grandes empresas a condução da economia, baseada sempre em baixos custos do trabalho.
O povo português, quando votou no partido maioritário, não sabia quem eram os especialistas do Goldman Sachs e que eles iriam definir a estratégia do novo governo.
Falharam os mecanismos de defesa da democracia contra estes atacantes.
Prevaleceu a proteção aos bancos e grupos financeiros.
Vale que ainda podemos exprimir a nossa opinião.
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