Há uns anos, a leitura dos livros de Tim Harford, "o Economista disfarçado", ed.Presença, e de Steven Levitt/Stephen Dubner, "Freakonomics", ed. Presença, entusiasmou-me pela demonstração do método científico através da recolha de dados sociais, do seu tratametno, do estabelecimento de correlações e da apresentação de conclusões testáveis pela observação e experimentação.
Tratava-se de uma disciplina de economistas aplicada aos estudos sociais, baseada em dados reais.
Coisa que habitualmente não se vê, uma vez que nós, portugueses, preferimos a emotividade e a discussão com argumentos ideais e virtuais.
Embora sem o entusiasmo da novidade do primeiro livro, apreciei agora de Tim Harford ,"Adapte-se", ed Presença, com a recolha de muitos dados de casos da industria e das finanças, estabelecendo interessante analogia entre desastres como os das plataformas petrolíferas e os grandes desastres financeiros, suas causas e formas de prevenção.
Estamos perante a disciplina de "Análise e prevenção de riscos" tratada de um ponto de vista de economista, com lucidez, embora seja sempre mais fácil explicar um acidente depois dele ter acontecido e de recolher os dados de todo o seu processo.
Os últimos dias têm sido férteis em acidentes: acidentes ferroviários com explosões em Schellebelle na Belgica e Rostov na Russia, queda ou incendio de grandes edificios sede de fábricas texteis no Bangladesh, explosão de camião cisterna numa autoestrada no México, colisão de um porta contentor e destruição do edificio da torre de controle do porto de Génova, morte de um velejador num treino para a Taça América por se ter virado o catamaran de 60 pés.
Este blogue tem colocado a hipótese de que políticas de economia de recursos podem estar correlacionadas com este tipo de acidentes, mas vai tentar reproduzir em próxímos "posts" as conclusões de Tim Harford.
Sem prejuízo de continuar a defender que a globalização tem tambem de ser a da normalização técnica e de segurança.
Existem leis internacionais que proibem a injeção de capitais públicos em empresas com a desculpa de que prejudicam a concorrencia (e contudo, se 75% dos eleitores validarem esse uso do dinheiro dos contribuintes, como poderemos condenar essa injeção de dinheiro público?).
Por maioria de razão existem leis anti-dumping.
Essas leis validam a proibição de negociar com empresas que exploram a mão de obra barata e as condições de trabalho não conformes com a segurança, como no caso do edificio desmoronado do Bangla Desh.
Mas reconheço que é dificil, enquanto os governos dos paises ricos e pobres não tiverem força para impor as resoluções da ONU, Declaração universal dos direitos humanos incluida.
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