Em termos de interpretação da realidade pelas elites
decisoras, ou melhor, em termos do que as elites decisoras querem que a
população entenda, estamos mais ou menos no mesmo ponto de Janeiro de 2012:
Cortam pois nas pensões também abaixo de 3 salários mínimos, que
é apenas uma parte do bolo global do rendimento nacional.
Problema de matemática dos primeiros anos do ensino da
matemática, a compreensão do conceito de percentagem.
Se cortar é preciso, deve-se cortar na fatia que contribuir
com a maior percentagem para o rendimento nacional, não nas fatias de menor
contribuição.
Talvez que o senhor ministro Crato possa explicar isto aos
colegas decisores, e de caminho explicava o conceito de quociente, que aumentar
o número de horas de trabalho, isto é, um fator de produção que está no
denominador do quociente produtividade (em que no numerador está o volume da
produção), diminui a produtividade com elevado grau de probabilidade (porque o
crescimento da produção vai ser inferior ao crescimento das horas de trabalho).
Podia ainda, por exemplo, para não ter de se cortar em
pensões, aplicar-se a taxa sobre as transações financeiras. Arranjavam-se assim
os tais 400 milhões.
O senhor ministro das finanças até tinha prometido que ia
pensar nela, embora isso fosse antes daquele retumbante sucesso do regresso aos
mercados e do contínuo crescimento da dívida enquanto a taxa de juro for
superior à taxa de crescimento do PIB (outra vez o conceito do quociente a
estragar tudo).
Assim vamos, seguindo a ideia do senhor muito poupadinho que
cortou na ração do cavalo.
Sem comentários:
Enviar um comentário