sexta-feira, 31 de maio de 2013

O sucesso e o erro

O sucesso do livro de Tim Harford "Adapte-se", em que defende que o sucesso começa sempre pelo fracasso, fez-me lembrar o meu post de dezembro de 2010:
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2010/12/o-sucesso-e-o-erro.html

Talvez o erro de que falou Caio Salúcio quando escreveu que "o sucesso tem uma estranha capacidade de esconder o erro" não seja o fracasso de Tim Harford, provavelmente mais perto da experiencia que antecede uma saída correta e adaptativa para um falhanço.

A tentativa, segundo Tim Harford, deve seguir as regras de Palchinsky. A principal diz que qualquer empreendimento deve prever a possibilidade de ser um erro e deve prever a saída de segurança ou recuo.
Infelizmente o atual governo acha que não comete erros.
Não tem planos B e não admite um recuo que possa salvar as suas iniciativas.
Pena encaminhar a privatização dos CTT para uma perda para os cidadãos e cidadãs. Nem sequer tem a desculpa de que é uma empresa pública deficitária. Não é. E o problema principal é que não vai prever no processo a possibilidade de recuperar o controle da empresa quando ficar evidente que a privatização teve o grave inconveniente de perder dividendos e de deslaçar a coesão entre os cidadãos  e cidadãs (até os USA sabem que não se mexe no carater público dos correios, porque unem  população dispersa). Entretanto, posicionam-se os interessados, com especial apetite pelo banco postal.
È a prosmicuidade mais evidente entre poder politico e poder económico, mas escondida, como o erro escondido pela força de quem teve sucesso, pelo formalismo democrático (e contudo, a tecnica de sondagens de opinião permitiria ao atual governo saber o seu graus de suporte pelos cidadãos e cidadãs).



Uma prova de que os CTT são uma empresa inovadora:

PS em 3 de junho de 2013 - Segundo o DN, os CTT já encerraram 66 balcões. Alguns deles foram substituidos por comerciantes locais. Analogamente ao que diz o anuncio, podem fazê-lo, mas não é a mesma coisa. É clara a intenção de preparar a empresa para  a privatização, com "oferta" da licença de banco postal. Salvo melhor opinião, embora esta intenção estivesse no programa eleitoral do governo atual, dada a importancia social do assunto (forma de coesão populacional), deveria a privatização ser submetida à confirmação explicita de 75% do voto expresso dos eleitores. Infelizmente, a desculpa do costume (imposição do memorando) continua a ser-nos imposta, sem que os decisores queiram debater o assunto.


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