É um facto.
Mas vejamos este parque, o parque da Bela Vista.
Utilizado para espetaculos como o RockinRio ou outros de musica pop.
Muito apreciados e participados, os espetaculos.
Mas as infraestruturas do parque são insuficientes.
Refiro-me à falta de cafés, restaurantes e instalações sanitárias.
Não se gastou nele acima das possibilidades.
Não tem o prestigio do Central Park, não se vêem pessoas de rendimentos elevados a passear ou a fazer jogging, não se vêem rickshós puxados por ucranianos, nem à sua beira há hoteis de charme dos anos 30 frequentados pelo grande Gatsby.
Não se fazem concertos de Simon e Garfunkel nem da orquestra filarmónica de Nova York com o seu maestro de smoking branco.
Mas é o meu parque, vê-se o Tejo ao fundo, e eu gosto muito dele.
Gosto de ver as pessoas que habitam ao lado a usufrui-lo.
Da zona J, da zona N, do bairro do Armador.
Vivemos acima das nossas possibilidades, dizem as pessoas, de elevados rendimentos e com capacidade executiva por delegação, que não frequentam o parque (exceto quando os espetaculos têm tendas VIP com fotógrafos).
Claro, as nossas possibilidades estão muito abaixo das nossas potencialidades.
Sendo p as nossas possibilidades, P as nossas potencialidades, e v o nivel de vida em que viviamos, então P-p será o valor da nossa capacidade de geração de poupanças, verificando-se
P>v
e
(P-v)~(v-p)
Toda a gente que frequenta o parque da Bela Vista sabe isto, que diabo, que o parque podia ser muito melhor aproveitado e até dar rendimento com visitas de turistas e usufruto por mais pessoas. Que tem potencialidades. Porque razão não o entendem os tais não frequentadores, de rendimentos elevados e capacidade executiva por delegação?
Por outras palavras, vivemos claramente abaixo das nossas potencialidades.
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