É verdade que cultura é quando os humanos se conseguem libertar das tarefas da subsistencia para criar uma dependencia de um nível mais elaborado.
Mas pode sobreviver-se com algumas limitações económicas continuando a praticar cultura.
Não é o entendimento do atual governo, embora pareça, pelo exemplo do museu do brinquedo, estar-se perante um simples caso de ignorancia das realidades por quem fez a lei das fundações.
Ou de como é perigoso pôr a circular na internet comentários furiosos contra os gastos das fundações.
Já tinhamos o exemplo da casa de Paula Rego em Cascais. Uma desajeitada intervenção estatal.
Temos agora o exemplo do museu de Sintra, ameaçado de fecho porque a câmara de Sintra não pode continuar a pagar-lhe 5 mil euros por mês, o que implicaria, de acordo com a lei das fundações, perder verbas.
Logo, a redação da lei foi feita segundo critérios primários, do estilo "o que era bom era cortar nas fundações".
Os senhores governantes têm com evidencia um défice cultural muito grande, e uma grande dificuldade em justificar as suas medidas, porque num país em que o ministro das finanças anda de BMW série 7 pago pelos contribuintes (e pelos credores) a desculpa de não haver dinheiro é curta.
Citando a diretora do museu, Ana Arbués Moreira: "Cinco mil euros por mês é pouco, mas era muito importante para nós. Era tudo oque tínhamos... a cultura deste país não interessa, é como se fosse um luxo".
A cultura não é um luxo, é uma necessidade de uma sociedade, acima de raciocínios primários de cortes cegos.
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