"Tenho receio das pessoas que têm poder e receiam a cultura, ou não a entendem, ou não a acham necessária, ou não a acham vital para o desenvolvimento seja duma cidade, seja dum país, ou até para o bem estar das pessoas" - entrevista ao Expresso de 7 de dezembro de 2013.
Recordo o ar contrafeito de quase todos os membros do atual governo, por serem obrigados a assistir a um concerto de uma orquestra sinfónica, no verão de 2011, numa iniciativa oficial que pretendia disfarçar o desinvestimento na cultura. Liam-se nos seus rostos os sinais da incomodidade de quem se vê numa situação a que não está habituado; no caso, de quem não costumava, e não costuma, ir a concertos sinfónicos.
Melhor que eu, descreve esta triste circunstancia, de sermos governados por uma maioria de incultos, a sabedoria da senhora que assistia a um "reality show" e disse para a reporter: " Eu sei bem que isto não é cultura, mas é disto que gostamos".
É o primeiro passo para resolver um problema, identificá-lo, saber que o governo não gosta ou não entende a cultura.
É um ponto de partida.
E isto não tem nada que ver com ser-se de esquerda ou de direita.
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