Há 3 anos atrás, este blogue teve oportunidade de criticar o excesso de otimismo dos senhores governantes de então, relativamente aos resultados dos testes do PISA de 2009, e as medidas desastrosas e a falta de compreensão da importancia da condição socioeconómica dos pais ou encarregados das crianças no insucesso escolar.
Agora, mais uma vez assistimos a resultados muito maus dos nossos alunos de 15 anos, entregando-se os responsáveis portugueses a descobrir pormenores positivos (é desculpa que se apresente, em 2012 haver mais crianças do 7º ano ou do ensino profissional a responder do que em 2009?! então se muitas crianças têm 15 anos e estão no 7º ano isso não significa que o sistema educacional foi destruído? e queriam que os resultados do PISA não traduzissem isso? ou também sofrem de graves dificuldades de interpretação matemática e literária?).
Há pequenos e poucos aspetos positivos, mas o mais grave é que continuam a não compreender que o fator principal do insucesso escolar é a incapacidade educacional e financeira dos pais e encarregados de educação (quando os há).
E um país assim não poderá, por falta de qualificação dos agentes económicos e fatores de produção, progredir.
Infelizmente não compreendia isto a senhora ex-ministra Lurdes Rodrigues, a das avaliações e do "perdi os professores mas ganhei o povo" (nada disso, desmerecer em profissionais é desmerecer na profissão e na sua eficácia), nem, muito menos, os atuais responsáveis, de que destaco a infeliz promessa do secretário de Estado do ensino básico e secundário, que para 2015 os resultados serão muito melhores porque, entre outras ideias do senhor ministro Crato, há provas de acesso para os professores contratados!
Em resumo, como se pode ver pelos gráficos dos resultados, abaixo da média dos países da OCDE, esta é uma verdadeira tragédia, até porque aumenta o fosso entre as crianças cuja situação socioeconómica as leva ao insucesso e aquelas que têm possibilidade de adquirir qualificações que serão depois devidamente aproveitadas em países estrangeiros.
Peço desculpa, mas a situação financeira em que o país se encontra não tem nada que ver com a incompetencia de quem toma decisões e ignora as causas das coisas.
As deficiencias de aprendizagem em matemática, as dificuldades de interpretação do português escrito e as agora também importantes dificuldades de compreensão das ciências físicas e naturais são partilhadas pela maioria dos alunos de 15 anos e pela maioria dos atuais governantes, e isso é uma tragédia para o país, maior do que o seu endividamento contínuo.
com a devida vénia ao DN |
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