Quem desce pela auto-estrada de Cascais-Lisboa do alto de Monsanto, a caminho da ponte 25 de Abril e da entrada em Lisboa pela Avenida Calouste Gulbenkian, encontra vários sinais de limitação de velocidade para dar conta do declive acentuado e do traçado sinuoso.
Primeiro 80, depois 60 e por ultimo 40.
Estes valores estão bem escolhidos, e o seu cumprimento garante níveis razoáveis de segurança para quem percorrer estes caminhos.
Mas não é esse o entendimento da maioria dos utilizadores.
Tentei cumprir os limites e imediatamente vi no retrovisor automóveis que se aproximavam perigosamente. Na faixa da esquerda (agora diz-se na via da esquerda) passavam outros a velocidade superiores aos limites mais de 20 km/h, o que me colocou um problema de segurança rodoviária: como mudar para a via da esquerda, uma vez que o meu destino era a entrada pela Calouste Gulbenkian, sem ultrapassar os limites? Mas lá consegui, graças a um ligeiro incumprimento, julgo que sem comprometer a segurança de ninguém, passe embora a expressão ofendida do cidadão que de repente ocupou o meu retrovisor quando acedi à via da esquerda e que logo a seguir guinou repentinamente para a via da direita porque era para a ponte que ia o senhor.
O que eu gostaria de dizer à autoridade de segurança rodoviária é que, embora a zona não seja um ponto negro na sinistralidade, este comportamento dos condutores, de incumprimento dos limites de velocidade, é, enquanto se mantiver, um indício de que a redução significativa dos níveis de sinistralidade não é possível .
Por isso gostaria que a autoridade de segurança rodoviária considerasse a premência de:
- uma campanha publicitária eficaz, isto é, pela positiva, mostrando o comportamento correto que deve esperar-se dos condutores, e classificando adequadamente o comportamento incorreto
- a implementação de uma fiscalização eficaz, de preferência por elementos de forças policiais, embora existam sistemas automáticos de deteção de excesso de velocidade, identificação de matrículas e emissão e expedição de multas
Continuando como estamos, dificilmente os índices de sinistralidade baixarão, quer o governo queira ou não.
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