A REFER tem cerca de 1200 passagens de nivel ativas em Portugal e mantem campanhas de sensibilização para os cuidados a ter no atravessamento. Tem igualmente vindo a executar um programa de supressão de passagens de nível (1300 em dez anos) e outro programa de automatização das barreiras. Ver http://www.refer.pt/MenuPrincipal/ComunicacaoSocial/Noticias/Noticia/tabid/447/ItemId/177/View/Details/AMID/948/Default.aspx
No entanto, penso que já demonstrei, a propósito dos atropelamentos de Riachos (http://fcsseratostenes.blogspot.com/2010/06/proponho-vos-que-vejam-esta-tabela-word.html ), que não é possível a idosos ou a qualquer pessoa com limitações de mobilidade atravessar em segurança, tendo em consideração os valores de velocidade praticados pelos comboios.
Seria assim desejável que se concentrassem esforços, neste momento de crise, no programa de supressão das passagens, e que não se acreditasse que o programa de "digitalização" das passagens de nivel (equipamento com câmaras de video e ativação de alarmes) possa garantir o que quer que seja porque as distancias de travagem, para os niveis de velocidade em causa, serão sempre insuficientes para garantir a segurança.
Evidentemente que a minha voz não consegue traçar a estratégia, mas fica registado, como dizem os anglo-saxónicos, "for the record".
Anglo-saxónicos que também sofrem do mesmo problema, embora noutros níveis. Ainda em Agosto de 2010 uma automotora colidiu com um camião que avariara sobre uma passagem de nível particular, em caminho privado duma exploração agrícola.
Eu sei que é caro suprimir uma passagem de nível substituindo-a por um viaduto ou por uma passagem inferior (esta ainda por cima coloca problemas de drenagem), mas não parece admissível haver passagens de nível particulares intersetando o caminho de ferro.
Por cá, também em Agosto, tivemos dois acidentes que mereceriam análise detalhada com divulgação pública das conclusões e recomendações.
Num deles, morreu um motociclista que colidiu com a barreira descida e foi projetado para a frente do comboio.
No outro, em Espinho, o Pendolino arrastou um automóvel centenas de metros até parar, já na passagem subterrânea do caminho de ferro que atravessa o centro de Espinho, depois do referido automóvel, parado antes das barreiras, ter sido impulsionado por outro que não conseguiu travar. Felizmente o automobilista conseguiu salvar-se antes da colisão do comboio.
Tudo isto me parece indicar que as passagens de nível devem ser sistemáticamente substituidas por passagens desniveladas, sem o que os acidentes continuarão a ocorrer em claro desrespeito pela norma NP EN 50126, que define as condições da análise de riscos, ou, pelo menos, a elaborar um programa de execução faseada para esse objetivo.
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