Com a devida vénia ao DN e ao seu colaborador Ricardo Freixial, autor do artigo de que retirei os dados.
É preocupante ver os senhores importantes que tomam decisões neste país falarem e não referirem um facto elementar, que alguns cidadãos e cidadãs já vinham comentando, antes da crise se tornar evidente.
Nenhum país é sustentável se não for autónomo em energia e na alimentação.
A Islandia, apesar da sua pequenez e das suas dívidas, está a resolver o problema, não só porque a participação na solução é alargada, mas porque é autónoma na energia (hidrica e geotérmica) e na alimentação (o setor das pescas nunca foi debilitado).
Em Portugal, é preocupante que alguns senhores muito importantes e apreciados nas questões energéticas se escandalizem tanto com os custos das energias renováveis até ao ponto de fazerem queixa aos senhores da troica e se preocuparem com a falta de consumidores para as eólicas durante a noite (e contudo, lembro-me de ver alguns nas mesmas aulas em que o professor falava da bombagem nas horas de vazio; era o tempo em que ainda não era possível produzir hidrogénio para alimentar motores de automóvel).
Mais preocupante ainda é não se monitorizar publicamente a evolução da balança de pagamentos, para tentarmos conter e substituir as importações e cobri-las com as exportações.
Principalmente no caso da alimentação.
É verdade que as exportações estão a crescer, mas as importações também, embora a menor taxa, continuando a ser quase o dobro das exportações.
O panorama internacional está a piorar com o aumento do custo das matérias primas como cereais (entre outras razões, por causa dos biocombustiveis).
Valor das importações de bens alimentares em 2009 ........... 7.481 milhões de euros (14,6% do
total das importações)
défice alimentar (importações-exportações) ........................ 3.300 milhões de euros (aumento
de 23,7% em 10 anos)
dependencia do exterior em cereais .................................... 70%
aumento dos custos de produção de
bens alimentares em 2010 .................................................. 30%
Conclusão : aguarda-se uma politica de crescimento da produção agrícola e de fixação de populações produtoras no interior para substituir importações e para produzir para exportar
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