A resolução da ONU que previa 2 estados, o de Israel e o da Palestina, data de 1948.
Mas o presidente Obama continua a achar que ainda não há condições para o estado palestiniano.
Em nome da rapariga palestiniana que vi numa reportagem a ter de dar satisfações a um soldado israelita num posto de controle - a rapariga trabalhava de um dos lados e morava no outro, caminhava com ar orgulhoso e com os cabelos soltos - lamento profundamente esta manifestação de falta de solidariedade de Obama.
Apesar de já ter dito que não tinha sido eleito para fazer o jogo dos especuladores de Wall Street, a realidade é que neste caso não conseguiu escapar ao poder do partido de Wall Street e do partido dos lobbies.
A resolução é muito clara: dois estados com as fronteiras definidas em 1948, com a ONU como garante da paz.
120 estados reconheceram a Palestina.
Obama acha que estão enganados.
É por isso que muitas vezes se ouve um americano dizer :"não compreendo porque não gostam de nós".
Não há nada de anti-americanismo ou anti-israelita nisto.
Já Benjamin Franklin, embaixador em França dos USA recem criados, lamentava que em Washington soubessem mais do que ele da revolução francesa.
Tal como o embaixador dos USA em Angola em 1975.
Ford e Kissinger, longe do contacto com a realidade angolana, ignoraram as recomendações do embaixador para reconhecimento do MPLA. Seguiu-se a guerra civil.
As informações são processadas pela Casa Branca, criando um modelo da realidade, naturalmente dela afastado, e depois transmitido pelo presidente à nação e ao mundo, como se fosse ele a realidade.
Trat-se de um mecanismo já muito estudado, mas insiste-se neste modelo.
É uma pena, especialmente neste contexto de endividamento crescente dos USA, a sua desindustrialização, a sua balança de pagamentos deficitária e os seus gastos exagerados com as guerras em que se mete.
Pena não dar ouvidos aos 120 países.
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