Shylock, o agiota, exigiu o pagamento dos juros e do empréstimo a António, mercador de Veneza que, pensava-se, tinha acabado de perder os seus navios.
Pórcia, a sua advogada, renegociou o acordo (através da exigência de uma precisão inatacável da quantidade a cobrar, sabendo-se que é impossível calcular dívidas com exatidão quando os valores flutuam em bolsa).
O juiz de Portalegre validou a renegociação do preço da casa dada ao banco como extinção total da hipoteca.
Perante a confusão das parcerias público-privadas e a sede de pelourinho que lhe está associada, enquanto os juristas discutem os meandros, já há cidadãs e cidadãos sensatos que propõem como prioridade renegociar os contratos de reequilíbrio financeiro, dividindo o mal pelas aldeias, como diz o povo.
E por falar em povo, deviam discutir-se os termos da renegociação de modo que o povo possa ir acompanhando (segundo a troica, a Ernst & Young apresentará um relatório até aofim do mês de junho de 2012).
Só os senhores governantes acham que não se deve renegociar os prazos e os juros do memorando da troica, mesmo depois de reconhecerem que se enganaram nas consequências para o desemprego.
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