Os senhores governantes vão à televisão e dizem que são muito competentes.
Repetem o que disseram em campanhas eleitorais.
Conseguirma convencer os eleitores de que são muito competentes.
Mas depois há factos.
Os factos relatados pelo DN em 1 de junho de 2012 são:
1 - o presidente do BCE criticou o senhor primeiro ministro espanhol por substimar o caso do banco Bankia (juntamente com outros bancos, estima-se que sejam necessários 60 mil milhões de euros dos acionistas de Espanha, isto é, dos seus contribuintes, para salvar os bancos). É um paradoxo dos nossos tempos, por explicar pelos teóricos do neo-liberalismo que nos domina: por que razão têm de ser os contribuintes a pagar por bancos em que não tinham contas? (aconteceu com 30 mil milhões de euros na Irlanda, aconteceu com 8 mil milhões de euros em Portugal, na Grécia não sei).
É verdade que o senhor primeiro ministro espanhol foi eleito, mas a decisão de pagar 60 mil milhões de euros não deveria ser submetida a aprovação de 2/3 dos acionistas, isto é, contribuintes?
Bem, uma coisa é certa,o senhor presidente do BCE achou que osenhor governante espanhol foi, neste caso, incompetente.
2 - a unidade técnica de apoio orçamental da assembleia da Republica detetou um erro da direção geral do orçamento de inscrição das verbas do IVA com destino à segurança social no ano de 2011 (238 milhões de euros). Em consequencia desse erro, a queda da receita fiscal de impostos indiretos no primeiro trimestre de 2012 é maior do que a anunciada pelo governo: 6,8% em vez de 3,5% anunciados pela direção geral.
E a queda da receita fiscal e segurança social foi de 2,3% em vez do acréscimo de 0,2% anunciados pela direção geral.
Os numeros não são muito grandes e os senhores primeiro ministro e ministro das finanças já vieram dizer que não comprometem o objetivo do défice (embora o defice publico tenha sido de 7,4% no primeiro trimestre quando a meta para 2012 é 4,5%).
Mas a verdade é que o senhor professor de fiscalidade Sérgio Vasques afirmou que é um erro de uma "enorme responsabilidade".
E este acionista de Portugal, isto é, contribuinte, concorda, até porque na campanha eleitoral foi dito pelo partido vencedor (vencedor, se não ligarmos aos 42% de abstenções relativamente aos eleitores inscritos) que tudo se resolvia cortando nas gorduras do Estado e nas despesas. Afinal, e ainda não se conhecem os resultados do aumento do IVA em maio (o IVA representava 41% da receita fiscal), não era assim.
Este acionista que aqui escreve, na sua vida profissinal, se tivesse um contabilista que lhe fizesse um erro destes e fosse preciso vir um terceiro detetar o erro, ouviria da minha boca, em voz pausada, "incompetente", uma vez que não lhe iria atribuir a intenção de me enganar. Valha a verdade que nunca lidei com negócios de 230 milhões de euros; a empreitada de valor mais elevado por que fui responsável não ultrapassou os 17 milhões, mas também é verdade que nunca me apareceu um contabilista incompetente, de voz pausada ou apressada.
O que retiro destes dois factos?
Simples, que ninguem é perfeito e que democracia não é alternancia, é colaboração e convergencia de esforços de modo a retirar-se de cada sensibilidade e do maior numero possivel de entidades os contributos para as soluções coletivas.
O que é um entendimento diferente dos campeões das lutas eleitorais, que depois cometem estes erros com prejuízo para os acionistas.
Sem comentários:
Enviar um comentário