Para compensar a melancolia do passeio pela Bica, transcrevo algumas quadras de escritores a quem o DN as pediu. Peço desculpa por ter mexido nas métricas dos autores:
- de Margarida Rebelo Pinto:
Dai-lhes dias de prazer
e hábitos de franciscano
que mais vale ser do que ter
quando for tudo p'lo cano
- de Lidia Jorge
Santo António que de divino
tens a divisa matreira
não segures um menino
segura Lisboa inteira
- de Miguel Real
Tejo de azul profundo
Lisboa de branco-gris
Portugal sempre no fundo
Set'Antóin'que p'lít'c'infeliz
Que não esqueçam os nossos governantes as festas para compensar a austeridade franciscana que se impõe à população. E quando tudo se perder apesar das políticas de austeridade, consolem-se as cidadãs e cidadãos que mais vale ser pobre feliz que rico infeliz. E no caso de Lisboa, pobre cidade abandonada, bem precisa de proteção divina. Pena ser o Tejo tão azul, a cidade tão bonita, de gris e de iris, e a politica ser tão infeliz; que ao longo da História nos arrasta para o fundo, embora nos livros de História venha que os nossos governantes sempre tiveram as melhores políticas.
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