1 - Retirei os dados seguintes do dinheiro vivo, o suplemento de economia do DN. Todos os valores são em percentagem relativa ao PIB:
1.1 - Despesas com segurança social:
Portugal, 2011 6,6%
Média UE, 2010 20%
1.2 – Despesas com educação:
Portugal, 2011 4,7%
Média UE, 2010 5,5%
1.3 – Variação dos salários da função pública entre 2005 e 2011:
Portugal (peso dos salários da FP no PIB: 12%) - 18,8%
Média da zona € + 1,1%
2 – Numa das primeiras entrevistas de membros da troika, em Maio de 2011, Paul Thomsen explicou que um dos objetivos era baixar o salário dos trabalhadores portugueses, demasiado alto em função da produção e em relação aos salários de países como a Polónia, Republica Checa, países Bálticos, Bulgária e Roménia.
3 – Depois da quinta avaliação do programa da troika, em Outubro de 2012, o senhor ministro das finanças veio dizer que, considerando o excesso de cerca de 2% do PIB da despesa de Portugal com educação, saúde e segurança social relativamente à média europeia, haveria de proceder-se em 2013 e 2014 a cortes na despesa pública equivalentes a esses 2%, o que será cerca de 4.000 milhões de euros.
Existe uma evidente contradição entre os pontos 1 e os pontos 2 e 3.
Ou uma dissonancia cognitiva entre a realidade e o que nos apresentam como fundamento das medidas da troika, num exercício de surrealismo.
Mais valia serem francos: o indicador desemprego está propositadamente alto para conter o nível de preços, através da redução da procura.
Mas não têm coragem.
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