domingo, 11 de novembro de 2012

Manual expedito de neo-liberalismo – como tornar-se um neo-liberal perfeito em 3 passos


1 – vamos conter os preços por meio de uma taxa elevada de desemprego. É a lei de Philips. Muitos irão para o desemprego, mas alguns terão emprego. Apesar das novas tecnologias, é sempre preciso haver assalariados. Verdade que com a baixa de preços os salários também baixarão, mas ter emprego é bom. Outros, poucos, terão negócios a florescer. Portanto, uma certa percentagem, dos que têm emprego e dos que têm rendimentos crescentes, ficarão confortáveis. Com uma boa taxa de abstenção nas eleições, e sabe-se como os desempregados se desmobilizam nas eleições, até pode ser que um governo neo-liberal ganhe as eleições. E em qualquer caso, as poupanças para os principais detentores de capital e as transferências de rendimento para eles serão sempre superiores ao aumento de encargos com as forças de segurança, ainda assim as mais beneficiadas nos orçamentos de Estado.
2 – vamos assegurar a livre escolha, como dizia Milton Friedman. Os consumidores poderão escolher livremente (bem, os tais da tal percentagem que estarão confortáveis) entre os produtos cada vez mais baratos, graças à concorrência e às novas tecnologias de financiamento, produção e comercialização dos grandes financeiros, grandes produtores e grandes comercializadores, os quais concorrerão de acordo com a lei da selva, vencendo os mais fortes (como se sabe dos programas do National Geographic, é impossível regular a lei da selva ou partilhar o habitat sem violencia).
3 – vamos reduzir ao mínimo possível a intervenção do Estado na sociedade. Por exemplo, vai ser preciso ter um laboratório público pago com os impostos e contribuições, ou então pagar a laboratórios privados com os ditos impostos ou contribuições, para monitorizar e controlar os riscos de epidemias. Vai ser preciso pagar esquemas de assistência para evitar situações de grande impacto mediático, como por exemplo, surtos de suicídios por se cair no desemprego ou por ser-se despejado de casa. Mas duma maneira geral, graças às novas tecnologias de gestão, vai ser possível baixar os impostos aos investidores para estimular a iniciativa empresarial, ao mesmo tempo que se aumenta a carga fiscal sobre os assalariados. Assim os impostos podem baixar (só para a parte empresarial, claro) à medida que a atividade industrial crescer, e assim se reduzirá o peso do Estado, sendo os impostos suficientes para os tais esquemas assistenciais imprescindíveis.





1 comentário: